Tive uma experiência não muito agradável com um Santa Silvia merlot há algum tempo. Não tenho as anotações da época, mas me pareceu um vinho estranho, com desagradável sensação metálica no paladar. Mas posso ter me enganado. Posso ter combinado de forma errada o vinho e a refeição. Em resumo, resolvi apostar neste cabernet sauvingnon para ver o que esta vinícola pode produzir.
O início de suas atividades se deve a Don Juan Carlos Graffigna, um imigrante italiano que começou a produzir vinho em 1869, na província de San Juan (localizada ao norte da importante província de Mendoza, fazendo divisa com o Chile), mais especificamente em Pocito, no Vale de Tulum, uma das boas regiões vinícolas da Argentina.
No copo, o vinho apresentou coloração rubi, com tendências violáceas, límpido. Sem a agitação tradicional da taça, os aromas frutados se mostraram tímidos, prevalecendo o álcool (13%). Após uma leve agitação, os aromas se despreenderam, melhorando consideravelmente a característica do vinho. Porém, não me entusiasmou. Formou lágrimas intensas no copo, sem manchas.
Um vinho de corpo médio (possível de perceber apenas pelo exame visual), taninos macios e boa acidez. Não é um vinho para guarda, mas deve aguentar até 2007/2008, desde que bem armazenado. Seu final é de média persistência, com álcool e fruta brigando por espaço. No copo restaram discretas notas amadeiradas (confesso que não sei o tempo de estágio deste vinho na madeira). Em síntese, um vinho que me custou R$ 13,90, para beber sem muita pretensão. Suporta bem o título de vinho para o dia-a-dia!
Degustado em 10 de outubro de 2006.