Adega Coop. de V. N. de Tazem — Alfrocheiro '2002
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Adega Coop. de V. N. de Tazem — Alfrocheiro '2002


Provado — «provado»! — no dia seguinte, di-lo-ia o oposto do anterior, este delicado Alfrocheiro da Adega Cooperativa de Vila Nova de Tazem mostrou no copo cor granada, pouco concentrada e a fugir para o laranja.

De aromas mais persistentes que intensos, ofereceu doces cerejas e morangos em fundo de rebuçado com traços de especiarias.

Na boca, suave, fruta vermelha e licor de fruta vermelha, depois marmelo, por fim cabedal, tabaco fresco e nozes diluídas em algo a que não sei dar nome, que me levou até uma velha cave de granito, fria, escura, húmida, um pouco bafienta. Elegante por via da ligeireza, sem grande comprimento, tem pouco álcool (12,5%) e está bem redondo, mais que pronto a beber — aliás, mais que mais que pronto a beber — cansadito, já, apesar de ter apenas 6 anos.

Custou 14€ e tal. Cumpriu com êxito a sua missão, acompanhar uma avezinha assada só com alho, sal e umas ervitas.

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P.S.

Uma das favoritas do Dão, Alfrocheiro é casta de cacho pequeno e compacto, de produção alta e regular, que se presume originária daqui, do nosso país, ainda que as suas origens sejam incertas — há, inclusive, quem diga que pode ser uma mutação de Pinot Noir!

Depois, se não o mistério, pelo menos a polémica continua: Ora, no sítio web do "Dão Digital", a páginas tantas, lê-se acerca desta casta que:

«Proporciona vinhos muito aromáticos, frutados, com perfume vinoso, delicado e fino. O sabor é igualmente frutado, encorpado, persistente, muito vivo graças à sua acidez (equilibrado). Muito bom potencial para envelhecimento, principalmente quando feito em madeira nova de carvalho.»

Porém, no nº 144 da «Revista de Vinhos», datada de Novembro de 2001, pode ler-se num artigo da autoria de João Paulo Martins acerca desta mesma casta que:

«Rico de aromas, vivo enquanto jovem, o Alfrocheiro resiste mal ao tempo e, como varietal, não deve ser vinho de guarda.»

E eu pergunto: em que é que ficamos? Pessoalmente, e apenas pelo que este varietal me mostrou, sinto-me mais inclinado para a segunda opção.

Mas, mas, mas!



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