Um vinho para a mesa: Mouton Cadet Réserve Graves AOC 2010
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Um vinho para a mesa: Mouton Cadet Réserve Graves AOC 2010




Quando pensei num título para essa postagem imediatamente me lembrei da grande capacidade gastronômica do vinho, porque ele tem uma grande acidez, daquelas que causam uma salivação além do normal. Sabe quando você dá um gole e tenta conversar logo em seguida e fica com medo de "babar"? Pois é isso que acontece com esse vinho.

É produzido pela Baron Philippe de Rothschild e pertence a uma linha de Bordeaux que tem ainda um branco da mesma sub-região (Graves), tintos do Médoc, Saint Emilion e um Sauternes. Esse tinto foi lançado pela primeira vez em 1999. 

Essa área de Bordeaux é assim definida por José Ivan Santos: "A área de Graves é a original de vinhos finos de Bordeaux, quando o Médoc, hoje cheio de superestrelas, era quase despovoado. Como rodeava a cidade de Bordeaux numa época em que viagens eram difíceis, quanto mais próximas da cidade se pudessem cultivar uvas e produzir vinhos, melhor. A expansão imobiliária determinou o desaparecimento de muitos vinhedos. (...)  Atualmente, a região de Graves compreende duas partes: a mais ao norte, Pessac-Léogan, com mil hectares, é a melhor e recebeu sua própria appellation; o restante da área, cerca de 3 mil e 400 hectares, faz parte da Appelattion Graves. Ambas as appellations têm seus châteaux e produzem tanto tintos como brancos secos. (...) As variedades de uvas tintas são as mesmas do Médoc: Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Malbec e Petit Verdot. Em alguns vinhos, dá-se um pouco de ênfase na Merlot, o que determina vinhos ligeiramente mais suaves" (Vinhos, o essencial, 2006, Senac, p. 127-128).

Apesar dessa tendência a se utilizar mais a Merlot nos tintos de Graves, a etiqueta do vinho indica que é um corte de Cabernet Sauvignon e Merlot em proporções idênticas. Não há indicação de passagem por madeira, mas na safra anterior o vinho ficou 12 meses em barricas. 

Pela garrafa paga-se algo em torno dos R$ 70. 

Um vinho de coloração rubi. Bons aromas. Predominância inicial de groselha e cereja. Bom corpo, estruturado, taninos vivos, e 'acidez absurda'. Conjunto muito gastronômico. Final mediano, frutado se repetindo e boca salivando muito. Notas de madeira presentes no nariz e em boca e que conferiram elegância ao vinho. Após um tempo de serviço apresentou aromas de especiarias, pimenta, indicando que uma areação lhe cairá bem. 

O grande ponto positivo desse vinho é a acidez. Não é demasiadamente frutado ou amadeirado e deve ser bebido acompanhado de comida. Pode evoluir, mas está num ótimo momento para consumo. Ainda tem fruta para escoltar a boa estrutura, podendo agradar mesmo aos que preferem vinhos do Novo Mundo.

Saúde a todos!





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