Passadouro '1995
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Passadouro '1995


Embora o blogue não o reflicta, ultimamente tem-se bebido. E como, meu Deus!

Vamos lá tentar pôr a pinga em dia, pois então.

Para começar, um tinto bastante regular na nossa garrafeira. Do Douro (DOC), da colheita de 1995, engarrafado em 1998 pela Niepoort para a Quinta do Passadouro, é daqueles vinhos que existem desde sempre no Ponto Fresco, o supermercadito mais próximo aqui de casa, de onde vêm algumas boas coisas a preços muito interessantes, por sinal.

Jamie Goode provou-o em Dezembro de 2002. Há quase seis anos! Transcrevo as suas impressões, tiradas daqui:

Quinta do Passadouro is an estate run by Dirk Niepoort (although he doesn't own it), and this is a wine I'd had cellared for a few years. Quite an evolved tarry, spicy nose with some leathery, earthy complexity and medicinal, herby fruit. The palate is drying out a little: very savoury with a taut spicy character and high acidity. Concentrated, intense and quite challenging. Fascinating, but verging on the austere. Very good+

Julgo oportuno deixar desde já uma primeira nota: conserve-se na vertical durante um ou dois dias e decante-se cuidadosamente antes de se servir: este vinho tem um depósito monstro!

Cor algures entre o malva e o alaranjado, sugerindo grande evolução. Aroma ainda intenso onde predominam as notas balsâmicas, com muito chá e cabedal, e sugestões de queijo, suor animal e frutos secos. A fruta ainda surge, um bocadinho, como que em licor... Na boca, embora tenha vindo a perder corpo nestes últimos dois anos, ainda tem presença, com os taninos, aveludados, a revelarem alguma profundidade. De sabor, suave e um pouco austero, original mesmo para vinho velho. Nunca comeram rodelinhas de limão com sal? Não, não sabe horrivelmente, e sim, é mesmo para aí que o sabor deste vinho me remete. 'Ziro! Final ainda saboroso, mas a encurtar.

Embora já tenha passado o apogeu, continua bem agradável. Esta última garrafa, especificamente, não nos impressionou em demasia, mas já as cá tivemos melhores, até recentemente. É natural, são coisas de vinhos velhos...

Não é por acaso que destes se diz que «não temos vinhos, temos garrafas».

Assim, 15,5 a esta garrafa em particular; 16 ou mais a outras que já encontrámos — recentemente — em melhores condições.

P.S. — No Ponto Fresco, este vinho custa menos de 12€. E para o preço, está bem. Poderá, até, dizer-se interessante. Mas a especulação não conhece limites: a LusaWines, por exemplo, vende-o a uns estratosféricos 98€! Vergonha, senhores!



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