Lendo o rótulo de um espumante: o teor de açúcar
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Lendo o rótulo de um espumante: o teor de açúcar



Para a maioria dos consumidores brasileiros não é fácil escolher um espumante pelas informações disponíveis nos rótulos. Para nós que temos mais experiência é algo natural, mas se considerarmos que o mercado brasileiro é bastante jovem em se tratando de vinho, interpretar as expressões brut ou nature, por exemplo, pode dificultar uma boa escolha. 

Em resumo, o álcool presente nos vinhos é fruto da fermentação, ou seja, as leveduras consomem o açúcar presente na uva e liberam álcool. Mas, no caso dos espumantes, pode restar alguma quantidade de açúcar que não foi consumida pelas leveduras. É o que chamamos de açúcar residual, aquele que sobrou no líquido após o fim da fermentação. 

É essa quantidade de açúcar residual que vai determinar se o espumante será mais ou menos doce e a partir dessa quantidade é que faremos a classificação encontrada nos rótulos. 

Na região de Champagne, na França, onde são elaborados os mais famosos (e caros) espumantes do mundo, a classificação possui sete níveis que levam em consideração o teor de açúcar.  No Brasil a regulamentação é feita através de Portaria do Ministério da Agricultura, que pode assim ser resumida:

- Nature, é um espumante bem seco, em alguns casos com zero de açúcar e em nenhum momento de sua elaboração o enólogo adicionou açúcar para estimular a fermentação. O açúcar residual pode ser de até 3 gramas por litro.

- Extra-brut, também é bem seco, mas pode conter entre 3,1 e 8 gramas de açúcar por litro. 

- Brut, o tipo mais comum dentre os espumantes do mundo e pode conter até 15 gramas de açúcar por litro. Seguramente são os mais disponíveis no mercado.

- Sèc ou Seco, podem ter entre 15,1 e 20 g de açúcar por litro.

- Demi-sèc ou Meio-seco, bastante agradáveis aos paladares iniciantes, podem ter entre 20,1 e 60 gramas de açúcar por litro.

- Doce, entre 60,1 e 80 g/litro.


Nos rótulos dos champagne mais vendidos no Brasil a indicação "brut" é a mais comum.

É claro que você não precisa decorar essas quantidades de açúcar ou mesmo levar uma lista no bolso pra poder se lembrar disso. O mais importante é conhecer a ordem acima disposta para, por exemplo, saber que um brut é sinônimo de um espumante mais seco, mas que não necessariamente será "agressivo" ao paladar dos iniciantes. Vale experimentar. 

Se você não está acostumado a vinhos secos a sugestão é que comece por um espumante meio seco. Com o passar do tempo seu paladar vai se acostumar a essa bebida e poderá passar imediatamente para um espumante brut, até chegar aos mais secos como o nature.

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Saúde a todos!




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