Don Domenico Bonarda 2003
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Don Domenico Bonarda 2003


É a primeira vez que compro, bebo e comento um vinho com a uva bonarda. É uma cepa que tem gerado vinhos melhores na Argentina do que na Europa (especialmente na Itália). Tanto é verdade que atualmente é a "uva da moda" no país vizinho. Movido pela curiosidade, comprei uma garrafa deste vinho produzido pela Don Domenico, em San Juan, pagando honestos R$ 28, no Carrefour.
Embora os especialistas digam que os vinhos desta uva devem ser bebidos jovens, comprei uma garrafa da safra 2003, correndo os riscos naturais de quem compra vinhos no supermercado. Confesso que sempre afasto a cápsula (quando possível e sem estragá-la) e dou uma olhadinha na rolha, pra ver se há sinais de contato com o vinho. Se a rolha estiver totalmente seca, não compro!
Outra curiosidade deste vinho é que o produtor indica que não foi filtrado, por isso há possibilidade de depósito de sedimentos no fundo da garrafa. Realmente, quando deixei a garrafa na vertical por um tempo antes de abri-la, havia sedimentos. Nada que um decantador não conseguisse resolver. Um ar "artesanal" que conferiu certo charme ao vinho.
No copo, coloração granada. Muitas lágrimas (13,5% de álcool). Aromas intensos de frutos vermelhos, terra úmida e notas vegetais. Certa complexidade aromática, com nuances que não consigo descrever.
Bom corpo, denso, com taninos vivos, marcantes e boa acidez. Um amargo presente em todos os momentos, mas algo característico do vinho, não aquele inconveniente que aparece ao final de alguns vinhos. Álcool bem equilibrado. Final de ótima persistência, com madeira bastante discreta e bem integrada ao conjunto. Melhorou muito com comida.
Enfim, um vinho diferente de tudo que havia provado da Argentina, que não se enquadra na "padronização" que temos acompanhado por aí. Agradou a todos aqui em casa. Comprarei outras garrafas, talvez de safras mais recentes.





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