E assim sucessivamente. Note que este raciocínio é válido para uma infinidade de receitas, e que pode calcular as quantidades de qualquer ingrediente em função de qualquer ingrediente. Agora um pouco de optimização:
experimente, se tiver paciência para tal e por acaso nunca o fez,
recalcular as quantidades dos ingredientes de uma receita
em função do ingrediente da dita que possuir em menor quantidade. Esta pode ser, muitas vezes, a solução para aqueles dias em que se queria preparar algo e depois se desiste por não haver um dado ingrediente em quantidade suficiente e não dar jeito nenhum sair só para o ir buscar. Mas, cuidado! As receitas são todas mais ou menos escaláveis, mas não completamente. Sobretudo quando se tenta trabalhar com quantidades muito menores que as das receitas originais.
Aposto que a maioria de vós já sabe e faz isto há muito tempo, mas nunca se sabe a quem pode vir a dar jeito, por isso aí ficou.
Então vamos ao bolo, que é um meus favoritos.
Ingredientes da massa:250g de farinha;
170g de açúcar;
150g de margarina;
8 claras;
1 colher de sopa de fermento;
Ingredientes do caramelo:200g de açúcar;
150g de miolo de noz;
Preparação:Faz-se primeiro a massa do bolo. Batem-se as claras em castelo bem firme. Reserva-se. Noutro recipiente, com a varinha mágica, mistura-se o açúcar à margarina — que, se estiver muito dura, pode ser amornada — até se formar um creme fofo, esbranquiçado. A esta mistura se junta a farinha, já com o fermento incorporado, com a ajuda de uma colher de pau. Mexe-se até a mistura ficar mais ou menos homogénea. Por fim, envolve-se a dita mistura nas claras, também com a colher de pau, e deita-se tudo numa forma de buraco, previamente untada e enfarinhada. Nota: Desta vez, tinha claras congeladas que haviam sobrado de outro dia. Depois de as colocar no recipiente onde ia batê-las, ainda meio congeladas, limitei-me a pisá-las com uma colher de modo a desfazer os pedaços de gelo maiores. Juntei uma pitada de sal grosso e bati, como de costume, com a batedeira eléctrica. Não só cresceram muito depressa como ficaram realmente firmes.
Pincela-se com um pouco de óleo o fundo de um tabuleiro, de preferência anti-aderente, onde se espalham as nozes de forma tão uniforme quanto possível.
Depois prepara-se o caramelo, o mais clarinho possível. Numa frigideira larga, colocam-se 200g de açúcar. Vai ao lume forte. Quando a orla do açúcar começar a derreter, mexe-se, empurrando o açúcar já liquefeito para o centro, menos quente, da frigideira. Isto até já não restarem (ou quase) cristais de açúcar.
Verte-se então o caramelo para cima das nozes e deixa-se solidificar. Uma vez cristalizado, parte-se com pancadas secas e fortes.
Escorre-se o óleo do fundo do tabuleiro e deitam-se os pedaços de «torrão de caramelo com nozes» por cima da massa do bolo, na forma de buraco. Por uma questão de densidades, estes torrões irão afundar-se. Depois alisa-se o topo da massa com uma espátula e leva-se ao forno a 180ºC durante 50 minutos.
Ao desenformar, não espere que este bolo fique direito ou bonito (por causa do caramelo). Mas é uma enorme delícia, ideal para acompanhar com um bom vinho do Porto.
Experimente!