Morellino di Scansano é um tipo de tinto seco proveniente das colinas costeiras do sul da Toscana, que circundam a localidade de Scansano, na província de Grosseto. As regras da D.O. estipulam que pelo menos 85% do vinho seja composto por Morellino, outro nome para Sangiovese, sendo permitidas no resto do lote uma série de castas tintas, como Canaiolo, Ciliegiolo, Malvasia, Colorino, Alicante, Merlot, Cabernet, Syrah e outras. Não existe período mínimo de estágio obrigatório, podendo o vinho ser engarrafado e distribuído logo no mês de Março a seguir à colheita.
No exemplar de que cuida o post, aos 85% de Sangiovese, juntaram-se 10% de Alicante e 5% de Cabernet Sauvignon, provenientes de vinhas novas, com aproximadamente dez anos de idade à data da colheita, implantadas em terrenos pedregosos, com boa dose de argila castanha à mistura, situados uns 100m acima do nível do mar. As uvas foram vindimadas na primeira quinzena de Setembro, fermentaram, com maceração, durante 18 dias e o vinho daí resultante estagiou durante seis meses em barrica, antes de engarrafado. O produtor existe na net.
A cor pareceu-me conforme com a casta dominante, salmonada, de concentração mediana, a acastanhar. No nariz, cereja amarga, terra seca, resinas de travo adocicado, como sangue de pinheiro quando começa a apodrecer, madeira velha, pele . . . no todo, a fazer lembrar um Pinot Noir de clima temperado, com alguma complexidade. Sóbrio, apresenta certa luridez elegante, todo ele muito bem ligado, mau grado o ponto ligeiramente tânico que ainda se lhe evidencia no fim de boca. E perdura.
Ao almoço, se assim lhe pudermos chamar, acompanhou perfeitamente um bom queijo "à cabreira", da Soalheira, produzido por Marco A. Pereira, pão escuro, tipo prokorn, salsichão ibérico, de Salamanca, deste, e salada de alface, tomate e abacate. Ao jantar, face a coisas mais substanciais, peito de pato acabado no forno, com cheróvia, um salteado de cebola e cogumelos eringi, e arroz de grelos, confirmou as impressões do almoço. Acho que as horas de exposição ao ar dentro da garrafa o libertaram um bocado, que cresceu qualquer coisa, mas quem sabe se não foi impressão minha.
Aparenta estar no ponto, ou seja, duvido que melhore com mais tempo em garrafa, mas também não surpreenderá caso retenha o seu interesse nos próximos dois ou três anos. Aí, será mais questão de gosto. Tendo em conta que é italiano, apresenta uma RQP brutal :)
15€.
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