Quinta do Monte Bravo — Colheita Seleccionada '2000
Vinhos

Quinta do Monte Bravo — Colheita Seleccionada '2000


Douro DOC. O rótulo diz-nos, em letras douradas, que «foi obtido a partir das melhores uvas das quatro propriedades do produtor — Quinta do Monte Bravo, Quinta da Teixeira, Cerca do Casal e Quinta do Rabaçal —, predominando as castas Touriga Franca, Tinta Roriz, Touriga Nacional e Tinta Barroca, vinificadas no moderno Centro de Vinificação da Quinta que lhe dá nome e posteriormente estagiado em barricas novas de carvalho».

Tá bem.

Assim que tirei a cápsula, uma primeira surpresa desagradável: então não é que esta garrafa, vendida dentro de uma caixa de cartão toda catita, com rótulo de papel espesso, de grão grosso, caro, com direito a tinta de ouro, tanta tinta de ouro...

Estava vedada com uma reles rolha sintética?!

Quase fui aos arames. Mal por mal, tivesse uma tampa de rosca! Ainda assim — e mesmo tendo presente que há tempos, ainda este blogue não existia, comprei um «Vinha do Tanque», da Casa Castelinho, vedado com uma rolha deste mesmo tipo, que estava uma verdadeira porcaria... e que desde então nunca mais comprei nada feito por eles, ainda que tenha ouvido dizer (relativo) bem de alguns dos seus vinhos — dei o benefício da dúvida ao líquido e, em vez de o verter imediatamente pela sanita abaixo, dispus-me a prová-lo. Podia ser que fosse bom, e aí teria de ser eu a reformular certas ideias.

Pois enquanto me entretinha com estes pensamentos — alguns dos quais em voz alta — e comentava com a S. a má surpresa que constituíra a rolha, oculto nas sombras, o inimigo aguardava a minha chegada.

Após breve e cuidadosa decantação — 15 minutos, não mais — reparei que o vinho estava límpido e possuía uma bonita cor granada, até algo intensa.

Depois, no nariz, cheio de aromas terciários, muito cabedal, como que a servir de ligação entre alguma fruta completamente transformada — aguardente de ginja, velha — e um intenso aroma pungente, volátil, a evocar queijo Roquefort. Lá no fundo, notas empireumáticas que acabei por achar pouco interessantes, sobretudo por não me parecer que conseguissem trazer mais riqueza (= interesse) ao conjunto, — fumo e carvão.

Na boca, ao longo da acidez — despropositada — algum vegetal e muita madeira. Pouca fruta, pouco doce. Pouco sabor. De facto, talvez nem uma hora volvida após a abertura da garrafa, já a imensa acidez volátil com a qual aparentavam fluir os aromas e sabores deste vinho se tinha ido. E não ficou quase nada.

Ainda que a textura do vinho pudesse importar qualquer coisa após tamanho deserto de aromas e sabores, a única nota que achei relevante tomar foi, tal como a escrevi no meu caderninho negro do álcool, «corpo um bocado rústico, de taninos duros».

Assim se conta a história de um vinho muito bem vestido, mas apenas no limiar do bebível, e só logo depois de aberto.

Enfim, luxo de imitação. Um verdadeiro engano.

Custou quase 6€ — sendo que o preço original, diziam eles, superava os 10€ — numa daquelas promoções mirabolantes do Jumbo que um tipo diz que evita, que devia evitar, que devia isto e aquilo, e aqueloutro também — mas onde, volta meia volta, acaba por cair ainda outra vez e nunca a última. Oh, o arrependimento! Se ele fizesse crescer as orelhas e cair os dentes!

10



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