O vinho de nº 700 aqui no blog: Adolfo Lona Orus Pas Dosé Rosé
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O vinho de nº 700 aqui no blog: Adolfo Lona Orus Pas Dosé Rosé



Quando comecei o blog em julho de 2006 jamais imaginei chegar a uma marca assim: 700 vinhos comentados. Pode parecer que não, mas custa dinheiro e muita dedicação. Produzir conteúdo próprio não é tão fácil como se imagina, mesmo para um veículo tão informal quanto um blog.

Mas em compensação, foram anos de boas companhias, novos amigos e um número muito maior de boas experiências do que decepções. Obrigado a todos que lêem o blog, comentam os posts e enviam críticas.

Pra comemorar a marca, um vinho especial. 

Quando estive com Adolfo Lona em sua produtora, em fevereiro (relembre) fui presenteado com esse espumante, uma das últimas 30 garrafas das 608 que ele elaborou. Depois dessa oportunidade ainda degustei o espumante no Encontro de Vinhos no Rio de Janeiro (em março), mas só em junho abri a garrafa que ganhei. 

No Rio Grande do Sul é (ou era) encontrado na faixa dos $90, mas aqui em Minas Gerais já vi o espumante custando em torno dos $150.

É elaborado pelo método tradicional (champenoise) com 12 meses de autólise de leveduras (período em que ganha complexidade) e mais 12 meses em garrafa já com a rolha definitiva (para ganhar sutileza, elegância e potência). Não há adição do licor de expedição (pas dosé ou dosage zéro).

O vinho base é um corte de três variedades, cada uma com sua função específica: Chardonnay, que dá frescor ao espumante; Pinot Noir, que vinificado em rosado agrega força; e Merlot, que colabora com a alegância e ameniza a acidez.

Na taça a coloração é pêssego, lembrando casca de cebola. Perlage é intensa, muito fina e persistente. Barulhento. Nos aromas é intenso, elegante, complexo, com lembrança de frutos silvestres, casca de pão, algo parecendo musgo (provavemente vindo da Merlot) e frutos secos.

Na boca é cremoso, com ótima acidez e uma complexidade que se percebe de imediato. Boa fruta, notas da fermentação, ferrugem, musgo. Tem notas levemente adocicadas, apesar de ser um nature. Não será, portanto, agressivo aos que apreciam espumantes menos secos. Final longo, com palato marcado por todas as sensações do olfato e boca.

Enfim, um espumante de exceção, que consegue ser refrescante como aperitivo, mas também elegante, complexo e estruturado para acompanhar refeições. Certamente um dos grandes espumantes brasileiros já produzidos.

Saúde a todos!







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