Manzanilla La Gitana
Vinhos

Manzanilla La Gitana


A família Hidalgo entrou no negócio do vinho em 1792, quando José Pantaleón Hidalgo comprou uma pequena adega ao seu sogro D. Roque Verjano.
Desde essa altura que a empresa passa de pai para filho, sendo hoje a única empresa vinhateira de toda a região, totalmente independente e controlada a 100% pela família, sendo dirigida pela 5ª geração em linha directa do fundador.
O estandarte das Bodegas Hidalgo, é a mundialmente conhecida e reconhecida Manzanilla La Gitana, cujo rótulo foi pintado por Joaquin Turina.

A Denominação de Origem "Jerez-Xérès-Sherry" foi a primeira a ser criada em Espanha, no ano de 1933.

Falar de Manzanilla é falar de um dos aperitivos mais populares do mundo, é falar de Xerez, é falar acima de tudo de Sanlúcar de Barrameda, a cidade costeira situada na foz do rio Guadalquivir, constituindo um dos vértices dos vinhos de Jerez, e que dá nome à própria D.O. "Manzanilla - Sanlúcar de Barrameda", encontrando-se inserida esta mesma na D.O. "Jerez-Xérès-Sherry".

A culpa de tudo isto, é de três agentes tão importantes e de alguma forma exclusivos, na maneira única como se combinam, que são a proximidade do mar, o rio Guadalquivir e a marisma, que criam um microclima único em Sanlúcar de Barrameda.

Não será de estranhar que as temperaturas mais suaves e uma humidade relativa mais alta, transportada pela brisa marítima, façam com que se reúnam certas condicionantes muito importantes na altura da elaboração dos vinhos nesta cidade, e que influenciam em muito na formação de uma capa de leveduras típica, conhecida como Velo de For, que em Sanlúcar se apresenta mais espessa e com maior variedade de leveduras presentes, o que por si só torna estes vinhos únicos e merecedores de uma D.O. exclusiva.

Mas partindo do principio, referindo ao processo de elaboração, a uva que está por detrás deste vinho é a variedade Palomino Fino, que depois de vindimada é pisada/prensada suavemente, com os mostos resultantes (limpos, ligeiros e pálidos) a realizarem a fermentação alcoólica (depósito de inox) por completo, com a finalidade de obter o que irá servir de base para todos os vinhos de Jerez "Generosos" e de Manzanilla, onde a quantidade de açúcar residual é praticamente insignificante, equivalente a seco com 11 a 12,5 % Vol.

Os mostos completamente fermentados, são alvo de uma avaliação por parte do enólogo, onde os vinhos mais finos no nariz, pálidos e ligeiros são classificados como Finos (marcados com um palo /), e aqueles com maior estrutura em boca são denominados como Olorosos (marcados com um O).

Chega o momento do "encabezado" ou seja , adicionar álcool (fortificação), onde os Finos chegam até aos 15% e os Olorosos até aos 17%, e aqui se define o tipo de vinho que vamos querer ter no futuro.
A recordar que com os 15% o vinho mantém a flor realizando uma crianza biológica sem oxidação, e com 17% o vinho perde a flor e por isso realiza um estágio com oxidação.

Se até aqui tudo normal, a magia dos vinhos de Jerez (e o que os diferencia) começa no exacto momento em que é depositado em barrica/bota de 600 litros de carvalho americano, que no caso dos Finos nunca são completamente cheias, deixando o espaço de dois punhos, onde o tempo mínimo de estágio é de 3 anos.
É aqui que tudo começa, e o somatório de todas as condicionantes atrás referidas vai proporcionar a formação do famoso Velo de Flor.
A Crianza Biológica, resulta da acção das leveduras que ao se alimentarem de oxigénio, sobem à superfície do vinho, e formam a "flor", protegendo-o de qualquer oxidação, enquanto se vão alimentando de açúcar, álcool e glicerina e produzindo acetaldeído, dióxido de carbono... alterando com isto as características organolépticas do vinho.

Manzanilla La Gitana
Castas: 100% Palomino Fino - Estágio: 3 anos em barrica - 15% Vol.

Tonalidade amarelo palha muito pálido.

Nariz de aroma firme e vincado, mas ao mesmo tempo delicado e intrigante, de mediana profundidade ou complexidade. É um vinho que dada a sua especificidade pede algum tempo de roda dele, para que melhor se entenda a maneira como se manifesta. Destaque para flores brancas (camomila, malmequer) com ligeiro toque de infusão das mesmas, variando depois entre alguma maçã reineta no forno, frutos secos (amêndoas, avelã), fermento e no fundo um suave aroma iodado tantas vezes encontrado em algas ou nos passeios à beira mar, num conjunto que se sente fresco.

Boca a ir de encontro ao perfilado na prova de nariz, onde se destaca de imediato a secura que transmite, numa passagem com boa presença, aliada a um sabor ligeiramente "salgado", mineralidade, frutos secos, vegetal seco. Conjunto envolto numa acidez que lhe confere agradável frescura, com final de boca de persistência média.

Um vinho de aperitivo por excelência, que se deve beber bem fresco (7 - 8ºC), servido sempre em pouca quantidade e enquanto novo, muito novo mesmo, digamos que assim que sai para o mercado é quando a sua prova é mais expressiva. Na altura da compra deve-se verificar sempre a data de engarrafamento (vem no contra rótulo). O preço é mais um aliciante na altura da compra, anda na casa dos 5-8€, num vinho de elevada relação preço/qualidade (há outras e de superior qualidade), que acompanha bem entradas como queijo, presunto, marisco, fritadas de peixe ou saladas.
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