La Guita Manzanilla
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La Guita Manzanilla


Sem muitas demoras na apresentação que o vinho em causa não gosta de esperar, pois está na sua natureza que mostre toda a sua riqueza nos quatro primeiros meses depois de lançar para o mercado. Aviso feito, resta deixar uma breve nota introdutória sobre as Bodegas de Hijos de Rainera Pérez Marín, situadas em Sanlúcar de Barrameda, cidade que faz parte do aqui já falado "Marco de Jerez".

Fundada por D. Domingo Pérez Marín em 1852, o edifício que já foi Hospital e morada de um santo (San Juan Grande), foi reconvertido entre os anos 1867/1868 na adega que produz nos dias que correm a Manzanilla La Guita.
O nome La Guita surgiu através do seu fundador, que perguntava a quem lhe queria comprar vinho, se tinha "guita", que além de cordel também é sinónimo de dinheiro. Foi assim que se começou a chamar aquele local, a bodega de "La Guita", com a marca a ser registada em 1908, onde posteriormente para reafirmar a marca se incluiu um pedaço de guita na garrafa.
Em 1917 passou a chamar-se "Rainera Pérez Marín" e em 1928 "Hijos de Rainera Pérez Marín", nome que se mantém até aos nossos dias.

Em 1985, esta que é a única bodega do Marco de Jerez dedicada ao envelhecimento, engarrafamento e comercialização de um só vinho generoso: La Guita, mudou de mãos para os actuais proprietários, contando naquele ano com um total de 600 botas (barrica para Jerez com capacidade de 516 litros). Nesse mesmo ano de compra, por decisão dos novos donos, o perfil do vinho foi mudado de Manzanilla Pasada para Manzanilla Ligera, tornando assim o vinho mais ao gosto do consuidor actual, sem que o vinho em causa perdesse subtileza e elegância, o que até veio a ganhar.
Hoje em dia têm ao seu dispor mais de 20.000 botas para La Guita, distribuídas por 3 adegas, Bodega Misericordia ( exclusiva para o envelhecimento de La Guita), Bodega Pago de Miraflores (onde se elabora o La Guita) e Bodega Pago Sanlúcar Viejo.

La Guita - Manzanilla
Castas:
100% Palomino Fino - Estágio: Mais de 3 anos em botas de carvalho americano. 10 Criaderas e 1 Solera - 15% Vol.

Tonalidade amarelo citrino com toque ligeiro dourado.

Nariz a mostrar um conjunto fresco e limpo de aromas, dando quase uma sensação de pureza e ao mesmo tempo delicadeza naquilo que mostra, e não é assim tão pouco. Um vinho embrenhado num aroma tão peculiar e característico, aquele travo a recordar fermento/levedura, proveniente da "crianza biológica". Depois disto o que encontramos, são frutos secos (amêndoa), ligeira fruta em calda e um toque floral muito ténue, com o fundo a ser dominado por um aroma mineral a fazer lembrar o sal marinho.

Boca a mostrar-se com ligeireza/delicadeza de corpo, sintonia perfeita com o nariz e como que dominado a meio por um ataque de salinidade e frutos secos, acidez presente a proporcionar uma frescura que envolve toda a passagem de boca, onde por vezes se fazem sentir os ditos aromas da levedura, em final seco e de persistência larga.

A "saca" deste vinho data de Fevereiro de 2009, e a nota de prova é do final de Junho, podendo neste momento o vinho mostrar uma ligeira diferença ao que aqui foi dito.
Há quem aprecie as Manzanillas já com um tempo valente em garafa, direi que o vinho ganha outros contornos que não apresanta enquanto novo, diga-se que outros encantos apoiados numa oxidação e seus respecivos atributos. Sobre este tipo de Manzanilla irei escrever mais para a frente.
Entenda-se que este não é um vinho de fácil abordagem e será até natural que se lhe torça o nariz à primeira impressão. Essencialmente para quem nunca provou é necessário uma abordagem de espirito aberto e estar preparado para um estilo de vinho único e que atinge patamares de qualidades invejáveis por tão baixo preço, custou no Corte Ingles em Espanha cerca de 6€. 16



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