Ao contrário dos outros vinhos da Península de Setúbal que por aqui têm passado, este é produzido na Quinta de Catralvos, no sopé da Arrábida, cuja proximidade se faz sentir, não só ao nível do solo, mas também do clima, mais húmido, mais ameno — sendo, assim, natural que lá se façam vinhos de perfil mais fresco, mais ligeiro, mais ácido, de aromas menos maduros que os produzidos nas areias de Palmela.
Leituras interessantes sobre os vinhos desta zona, descobri na página da Rota de Vinhos da Península de Setúbal — sobretudo os mapas, que são deliciosos — e aqui.
Quanto a este vinho, e começando por fora, pelo rótulo, devo dizer que a S. lhe achou (muito) mais piada que eu. É um
bling, porra.
Já o conteúdo da garrafa, que, afinal, é quase a única coisa que importa — combinação, evelhecida durante 8 meses em carvalho francês, de Cabernet Sauvignon, Aragonês, Syrah e Touriga Nacional — foi uma agradável surpresa. A cor, rubi, escura. O ataque evocou aromas de Porto Ruby. Depois, esvaecida boa parte do álcool volátil, ficou fruta negra madura, ainda jovem (!), violetas, algum vegetal a fazer lembrar ervas e folhas secas, e madeira. Alguma! De boca, achei-o fresco, com bom volume. A madeira e os
verdes iam surgindo juntos, sobrepondo-se à fruta. Depois, elementos florais, aliados a algum álcool, iam fazendo lembrar tintura de genciana. A madeira, bem presente, ficou sempre no fundo, a transmitir austeridade, e para o fim, este longo, com retrogosto a sugerir frutos de casca rija. Muito interessante. Pena certo desequilíbrio entre as partes.
Já o tinha visto várias vezes nas prateleiras dos hipermercados. Mas, se não fosse
ela, nunca lhe teria pegado. De alguma forma, ainda bem que o fiz.
Custou pouco menos de 5€.
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