Vinhos
Esmero '2004
Do Douro, produzido por Rui José Xavier Soares.
No rótulo, os seguintes dizeres:
Este vinho provém de uma pequena parcela (0,73ha) de vinha muito velha com cerca de 80 anos de idade, instalada em socalcos tradicionais durienses a baixa altitude. O encepamento é constituído por uma mistura de castas com predomínio da Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Amarela; com menor expressão encontra-se o Alicante Bouschet, Tinta Barroca, Touriga Nacional, Tinto Cão, entre outras. As uvas foram vindimadas em 23 de Setembro e vinificadas em lagar tradicional, tendo o vinho estagiado durante 18 meses em barricas de carvalho francês. As 3650 garrafas resultantes permaneceram em estágio de cave durante 6 meses, as quais podem ser consumidas desde já, ou aguardando pela sua evolução nos próximos anos.Como recomendado, servi-o a 18ºC. No copo, cor rubi profunda, bastante opaca.
Apesar de decantado, começou muito fechado. Apenas transparecia certo cheiro a etanol em solução. Pouco depois, este começou a desdobrar-se em duas vertentes: uma balsâmica, a fazer lembrar doce resina de pinheiro, outra química, cheia de solventes aromáticos. Diferentes mas intimamente ligadas, ora sobressaindo uma, ora a outra, assentes num fresco fundo mineral. Nesta altura, o vinho mostrava-se muito denso e fresco na boca, mas sem grande expressividade. Com o arejamento, estas primeiras impressões foram-se desvanecendo. Surgiu então madeira e fruta ao natural, esta mais ácida que doce, acima de tudo discreta, a funcionar quase como elemento de suporte. Na boca, ia-se começando a notar a verdadeira estrutura deste vinho, grande, com muito álcool e muitos taninos de grão fino, mas densos. Tudo isto envolto pelo frescor de certa acidez, contida mas eficaz, e muito necessária, já que assim ia aligeirando a sensação de peso deixada por tanta madeira. Com o passar do tempo, o vinho acaba por abrir completamente. Dissipa-se parte da acidez. Surge cada vez mais fruta, cada vez mais doce, até que é esta que acaba por predominar no nariz e no palato, agora com a própria madeira a mostrar-se mais aberta, com aromas mais diferenciados: tostados, baunilha, canela, a servir de elemento de suporte — sempre moderada, aligeirada, pelos balsâmicos refrescantes.
Este é um vinho «de coisas grandes» — intenso, exuberante. Cheio de força, sim, mas sempre educado, sempre elegante nas várias faces que nos vai mostrando. Foi muito interessante descobrir este excelente tinto. Custou 18€, e se os vale!
17,5
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853 - Esmero 2004 (tinto)
Região: DOC Douro Castas: Vinhas Velhas, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Amarela, Alicante Bouschet, Tinta Barroca, Touriga Nacional e Tinto Cão Produtor: Rui José Xavier Soares Preço: Entre 15€ e 20€ Álcool: 14.5% Enólogo: Rui Soares Notas...
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Quarto Dado (dado '2004)
O primeiro Dado data de 2000. Como continuo demasiado preguiçoso para me dar ao trabalho de articular um texto que dê conta do essencial acerca das circunstâncias que rodeiam este vinho, vou antes tentar fazer um boneco. Ora bem: Em 2004, o vinho...
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Montes Claros — Reserva '2004
Depois deste, mais um tinto da Adega Cooperativa de Borba. Vinho de lote, constituído por uvas das castas Aragonês, Trincadeira, Cabernet Sauvignon e Tinta Caiada, provenientes de videiras adultas — a maioria das quais, dizem, com cerca de 30 anos...
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Duas Quintas — Reserva '2004
Acompanhou o coelho este Reserva da Ramos Pinto, tinto duriense elaborado com uvas Touriga Nacional (80%), Touriga Franca (15%) e Tinta Barroca (5%), provenientes das duas quintas que dão o nome ao vinho, Ervamoira e Bons Ares. A primeira «localiza-se...
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Perolivas — Reserva '2004
O excelente rótulo — porque é que não são todos assim? — indica-nos ser um Vinho Regional Alentejano produzido no Monte dos Perdigões em exclusivo para o grupo Jerónimo Martins, com uvas provenientes da vinha do Vale do Rico Homem, onde estão...
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