E o Valle Pradinhos Branco 2004 vai para...
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E o Valle Pradinhos Branco 2004 vai para...


O vencedor desta iniciativa foi o Sr. Pedro Sousa da Batalha, o qual quero felicitar pela sua participação e pela sua vitória, quero aproveitar para agradecer aos restantes participantes que enviaram entrevistas.
Ficamos então com a entrevista vencedora e com as respectivas respostas, espero que gostem:

Pedro Sousa - Como e quando começou a paixão pelo vinho? (Qual o 1º vinho)
Copo de 3 - Ora bem, apesar de na minha família se costumar beber vinho durante a refeição, principalmente ao jantar, sempre vi muita garrafa lá por casa mas nunca liguei, ouvia as histórias do meu tio avô que falava de Barca Velha como o grande tinto que ele bebia com uns amigos e do Palácio da Brejoeira, o melhor branco para ele…
Mas a curiosidade começou mesmo a apertar com uma oferta de um amigo do meu pai, uma caixa com 6 garrafas de vinho todas elas diferentes da zona de Borba… na altura estavam algumas marcas bem conhecidas a aparecer no mercado. Ora ficámos muito intrigados com que vinhos seriam aqueles, queríamos conhecer mais sobre aqueles produtores, saber como tirar o máximo partido daqueles néctares, compramos a Revista dos Vinhos e o Guia do João Paulo Martins, comecei a ir visitar produtores com o meu pai, a febre depois passou para os amigos, e foi assim que me comecei a apaixonar por este mundo.
Sobre o primeiro vinho… a coisa é mais difícil de dizer… os primeiros vinhos que eu bebi com uma qualidade acima da média foram Quinta do Mouro 1994, Quinta da Terrugem 1996, Vila Santa 1997, e o mais marcante um Pêra Manca 1994.

Pedro Sousa - Como surgiu o Copo de 3?
Copo de 3 - Foi uma vontade que tive em arranjar um sítio onde colocar as minhas notas de prova, com a possibilidade de colocar uma foto do rótulo e poder consultar sempre que fosse necessário. O nome sempre esteve ligado ao mundo do vinho e aos seus apreciadores, vem de antigamente e é uma maneira de o manter vivo pois com a passagem do tempo vejo que as tascas e tabernas desapareçem juntamente com o copo de 3 que era pedido ao balcão. Curiosamente não disse a ninguém ao princípio, pois era algo mesmo para mim, mas depois alguém descobriu e pronto… hoje é o que se sabe.

Pedro Sousa - Quanto tempo dedicas, em média, ao conhecimento, à descoberta e à prova do vinho?
Copo de 3 - Penso que isto é uma aprendizagem constante ao longo de uma vida, nunca chegamos a saber tudo, dediquei mais tempo ao princípio, agora vou lendo algumas coisas pela Internet, Fóruns, Blogs, ou mesmo falando com os amigos da causa que é com quem se aprende bastante e se vai sabendo de novidades ou discutindo este ou aquele vinho.
No que toca à prova de vinhos eu costumo provar sempre que tenho oportunidade, dedicando o tempo necessário para que o vinho me transmita tudo o que tem para contar.

Pedro Sousa - Como bom filho da terra, defendes com unhas e dentes os vinhos do Alentejo, mas é só mesmo uma questão de bairrismo ou achas mesmo que a nível de qualidade são superiores aos das outras regiões, como por exemplo à do Douro!?
Copo de 3 - Como Alentejano claro que defendo a minha região, os seus costumes e produtos, o que inclui os vinhos, penso que é normal uma pessoa quando se identifica com as suas raizes defender a sua terra, os seus produtos...
Como enófilo gosto de todos, desde que tenham qualidade e me proporcionem prazer ao beber, penso que isto seja o fundamental.
Como é óbvio, estou mais acostumado a beber vinhos do Alentejo do que vinhos de outras zonas, o que não implica que eu só beba vinho do Alentejo pelo contrário, gosto de muitos vinhos do Douro, estou a gostar cada vez mais dos novos Dão, e das outras regiões tenho algumas referências.
No geral penso que o Alentejo oferece mais qualidade principalmente nas gamas médias e a preços mais sensatos do que qualquer outra região.

Pedro Sousa - Nos últimos anos houve um aumento qualitativo nos vinhos Nacionais, consegues nomear pelos menos um produtor que te tenha surpreendido mais. (Porquê?)
Copo de 3 - Sim, por exemplo antes pouco ligava aos vinhos das Caves Aliança, conhecia uns Galeria, Alabastro, Quinta da Terrugem e pouco mais, até que no Dão e Douro que decorreu no Museu Militar tive oportunidade de provar o Garrida Touriga Nacional 2001 e o 4 Ventos Reserva 2001 que me deixaram apaixonado e claro sem esquecer o T Terrugem e o Quinta das Baceladas.
Também destaco a Coop de Borba pela surpresa que têm sido os seus novos vinhos, com preços ajustados e uma qualidade acima da média.

Pedro Sousa - Como apreciador de vinhos Espanhóis, o que achas que falta, se é que falta, a Portugal para chegar ao mesmo patamar da vizinha Espanha? Achas que há pouco investimento na investigação, promoção ou é mesmo as castas que fazem a diferença?
Copo de 3 - O que faz falta para além de tempo é investimento na nossa promoção lá fora, não basta andar a dizer que temos os melhores vinhos cá dentro quando lá fora são conhecidos por uma minoria. Espanha tem uma imagem muito forte, tem castas que são associadas ao país, como a Tempranillo ou o Albariño, tem vinhos muito bem cotados e com fama mundial, apesar de preços de outro mundo, casos de L´Ermita, Pingus e Vega Sicília.
Talvez precisemos de um maior estudo das castas, do seu comportamento com a madeira, tudo isto importa para optimizar a qualidade de um vinho, depois os resultados começam a aparecer.
As nossas castas têm tudo para vingar lá fora, temos o factor mais importante do nosso lado se o soubermos aproveitar, a diferença, pois temos castas pouco conhecidas que dão origem a vinhos de grande qualidade enquanto que o mercado se encontra saturado com Chardonnay, Sauvignon Blanc e Riesling… Espanhóis amigos meus ficaram rendidos aos encantos da Encruzado, Touriga Nacional, Antão Vaz entre outras.

Pedro Sousa - Consegues-te identificar com algum País produtor do “Novo Mundo”? (Qual e porquê, ou porque não).
Copo de 3 - Por alguns dos vinhos que tenho provado, nos brancos gosto muito dos Chardonnay da Califórnia pelo perfil que conseguem ter e pela excelência da casta aliada a uma grande qualidade, enquanto que nos tintos me fico com os Syrah da Austrália, o RWT da Penfolds foi um vinho que me marcou nos Syrah, tem um perfil que gosto particularmente. Talvez me lembre alguns vinhos do Alentejo.

Pedro Sousa - Achas que os hábitos de consumo dos Portugueses, mudou, vai mudar em relação aos brancos e roses. Há mais qualidade ou os consumidores estão a abrir horizontes?
Copo de 3 - Olha, antes nas tascas do Alentejo sempre se bebeu mais branco que tinto, eram famosos os brancos da Vidigueira, hoje por questão de modas ou por dizerem que o branco fazia mal à saúde o vinho tinto neste momento vende mais, mas penso que o branco está a subir em boa velocidade e o rosé começa a aparecer. A qualidade tem vindo a aumentar mais nos brancos que nos rosés, e para tal acontecer temos de ter os consumidores a pedirem mais e melhor, pois sem público alvo penso que não valia a pena investir.

Pedro Sousa - Como vês o actual panorama de críticos em Portugal, são realmente profissionais ou simplesmente enófilos que descrevem as características organolépticas do vinho?
Copo de 3 - Vejo com duas vertentes, a que eu mais aprecio e onde coloco os verdadeiros críticos, que é a vertente mais técnica e directa, onde se analisa o vinho de forma mais específica e directa sem muitos rodriguinhos… e temos a outra vertente onde encontramos enófilos apaixonados que exprimem a sua paixão com uma vertente mais poética e com muitos floreados, por vezes até demais, que se torna por vezes maçador e repetitivo.

Pedro Sousa - Há algum crítico com que te identifiques mais?
Copo de 3 - Desde o início que me segui pelo Guia do João Paulo Martins, regra geral revejo-me nas notas que atribui no seu guia ou na Revista dos Vinhos.

Pedrou Sousa - Há qualidade nos guias e revistas publicadas actualmente no nosso País?
Copo de 3 - Sim, claro que sim.

Pedro Sousa - No Campeonato do Mundo de Futebol, que vinho escolherias para servir á selecção Portuguesa? (Marca e porquê)
Copo de 3 - Um Taylor´s Vintage 2003, que tem uma excelente estrutura como base, mostra-se exuberante, com um toque especiado, tem aquela finura no toque e grande passagem, o que lhe confere uma notável persistência na memória sem esquecer que tem um enorme potencial pela frente e ainda nos vai dar muitas alegrias no futuro.



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