Conceito Sauvignon Blanc 2010
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Conceito Sauvignon Blanc 2010


Engane-se quem pense que este é mais um Sauvignon Blanc oriundo do Douro, pois não é e ainda bem... é sim a mais recente aventura da enóloga Rita Marques, depois do primeiro Bastardo e com um Vin de Paille na calha, desta vez é da na Nova Zelândia, a segunda terra natal da casta Sauvignon Blanc logo após o Vale do Loire. A casta por si produz alguns dos mais fascinantes brancos do mundo, sendo que na Nova Zelândia se mostra mais exuberante plena de exotismos, por vezes a mais do que é necessário o que poderá tornar os respectivos vinhos enjoativos ao melhor estilo Secret Stone por exemplo. Mas o nome mais falado, ou mais comercial no que a Sauvignon Blanc diz respeito oriundo da NZ, é sem dúvida o Cloudy Bay... um vinho que por estas alturas é mais a fama que goza do que o proveito que tiramos dele... mas a conversa estava animada e um pouco antes de uma fantástica Bouillabaisse ser servida foi provado este Conceito New Zealand 2010, um branco novo mundo em que é de aplaudir a presença da rolha de cortiça em vez da já usual rosca tão na moda por aqueles lados.

De aroma não engana, é Sauvignon Blanc por todos os lados, aqui note-se que há cuidados para a casta não nos massacrar o nariz com excessos, é comedido e muito fresco, bom de exuberância... como eu gosto, tem o toque verdasco e ácido do espargo verde, relva cortada, tem uma tropicalidade da fruta muito bem encaixada, limão, fruta limpa sem artifícios extras de mousses ou de geleias... é apenas fruta e da boa, da que apetece trincar e ficar com o sumo a escorrer. A enóloga já tem acostumado os consumidores nos seus brancos do Douro a estas coisas, aqui voltamos à mesma precisão, rigor, mineralidade misturada com tudo o resto, hortelã pimenta... tudo bem definido em belíssima harmonia e a parecer ter um toque de arredondamento pelo meio. Apetece cheirar, apetece beber e quando damos por isso ainda nem o metemos à boca.


Ora na boca é a frescura e a pureza de conjunto que manda, com fruta presente ao nível do nariz em boa concentração num vinho de corpo médio, a tal ligeira sensação de arredondamento surge novamente, ainda que ligeira, tudo com boa amplitude em espacialidade forrada por uma acidez fresca e com boa vivacidade, toque de rebuçado tutti-frutti num vinho onde a mineralidade é ponto assente no plano de fundo. A dar muito prazer beber e mostra ser um belíssimo exemplar da casta naquelas paragens.


O que dizer de um vinho que nos conquista pela maneira como se mostra, por tudo o que tem de bom e pela bela companhia que faz à mesa ? O rótulo é mais uma vez muito bem conseguido, certamente neste caso será um branco a ter muito em conta e muito em casa, que quando o calor do Verão apertar quero ter umas por perto. O vinho ainda não foi lançado no mercado pelo que não consigo dizer o preço, mas 15€ seria um preço bom para a qualidade apresentada, tendo em conta que o tal Cloudy Bay ronda esses mesmos valores quando comprado em locais onde a expeculação não faz o seu trabalho. Sim, para mim este Conceito é bem melhor que o do Cloudy Bay. 17 - 92 pts



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