A região de Pinto Bandeira aposta em seus ótimos espumantes
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A região de Pinto Bandeira aposta em seus ótimos espumantes


 
 No interior da vinícola Aurora o deus Baco recepciona os turistas em sua "fonte de vinho".

Interrompi por alguns dias as postagens sobre a última viagem que fizemos ao Rio Grande do Sul, mas volto agora contando sobre mais uma excelente visita que fizemos à Vinícola Aurora, no dia 28 de setembro. 

Foi a segunda vez que estive por lá e a recepção dessa vez foi novamente impecável, emocionante, carinhosa... tudo isso regado a excelentes vinhos e especiamente espumantes. Aliás, nossa visita tinha como objetivo conhecer os espumantes de Pinto Bandeira, região dos chamados "vinhos de montanha" que recebeu o selo de IP - Indicação de Procedência, caminho obrigatório para obtenção futura da DO - Denominação de Origem. Para saber mais sobre as regras da IP, clique aqui.

Na moderna sala de degustações da Aurora provamos os ótimos espumantes de quatro vinícolas que participam da Associação dos Produtores de Vinho de Pinto Bandeira. Todos os vinhos foram apresentados pelos enólogos, o que possibilitou que dúvidas técnicas pudessem ser resolvidas com muita facilidade.

No Centro Tecnológico da Aurora a união das vinícolas de Pinto Bandeira. 

A Aurora apresentou seu Espumante Brut Rosé, elaborado com 80% Pinot Noir e 20% Riesling pelo método Charmat longo, com 9 meses de autólise. Um espumante vendido a R$28 no varejo da vinícola, com bom perlage, aromas a frutos vermelhos, morango. Muita cremosidade e boa acidez. Final frutado, com açúcar residual em boa conta, agradável como aperitivo, bem feito e barato.  

As uvas desse espumante são de Pinto Bandeira, de uma área que a vinícola começará a explorar com mais força nos próximos anos, situada numa propriedade onde está instalado seu centro de pesquisa. Portanto, as uvas são de vinhedos próprios e não de cooperados.

A Vinícola Don Giovanni apresentou dois produtos. O Chardonnay 2011, vendido a R$32, com leve passagem por madeira, que lhe deu elegância e complexidade. Também degustamos o ótimo Rosé Brut, vendido ao mesmo preço e elaborado com 50% Merlot, 40% Pinot Noir e 10% Chardonnay, pelo método Charmat (45 dias de autólise). Um espumante que ganhou boa estrutura com a presença da Merlot em seu vinho base. Tem boa cremosidade, bom volume em boca, acidez marcante e final longo. Ótima compra a esse preço. 

O enólogo Marco Antônio Salton, da Valmarino, apresentou dois espumante de ótimo preço, vendidos a R$30 no varejo deles. O primeiro foi um Brut Rosé Champenoise, elaborado com Sangiovese e Pinot Noir. Um espumante bonito, de coloração pêssego, com boa acidez, boa cremosidade e final mediano. Tem boa estrutura e açúcar residual em menor percentual, deixando o espumante mais seco.

O segundo espumante da Valmarino foi o Brut Champenoise 2011, elaborado com 70% Chardonnay e 30% Pinot Noir vindas de uma mesma safra. Na taça apresentou bolhas finíssimas e boa formação de espuma. Mais complexo que o anterior, com boa acidez e alguma citricidade no palato. Bom final.

A Cave Geisse apresentou dois ótimos espumantes, confirmando a excelência de seus produtos. Os dois produtos escolhidos têm produção limitada a 7.000 garrafas por rótulo, elaborados com uma uva apenas e recebendo no rótulo designações no idioma francês, indicando essas características. Ambos são vendidos a R$65.

O Cave Geisse Blanc de Blanc Brut 2009 é elaborado com 100% Chardonnay, pelo método tradicional. Amarelo palha, "barulhento", com perlage intenso, bolhas finíssimas. Gastronômico, com boa acidez, boa complexidade, notas minerais e final longo. Já o Cave Geisse Blanc de Noir Brut 2009 é elaborado apenas com a Pinot Noir vinificada sem contato com a casca, originando um espumante branco. Mas esse tinha alguns reflexos cor de pêssego. Aroma mineral, frutado, vegetal de leve. Boa estrutura, acidez marcante e final longo. Particularmente, se tivesse que escolher entre os dois, escolheria esse último, mais interessante que o 100% Chardonnay. 

De uma maneira geral identifiquei uma boa característica em todos os espumantes apresentados: a cremosidade. Além disso, os preços são muito convidatidos, fazendo com que dificilmente um espumante de outro país, na mesma faixa de preços, seja tão interessante quanto esses brasileiros.  

Uma das lindas paisagens que visitamos, o Centro Tecnológico da Aurora. 

Após essa degustação, que aconteceu na sede da Aurora em Bento Gonçalves, fomos para o Centro Tecnológico da vinícola, situada no distrito de Pinto Bandeira. Lá a vinícola tem vinhedos próprios e está começando a vinificar, para que num futuro próximo já possua uma linha completa de produtos com a IP Pinto Bandeira. 

Durante o almoço degustamos dois vinhos por lá produzidos, a partir dos vinhedos próprios da Aurora. O Chardonnay Pinto Bandeira 2011 é um vinho com breve passagem por madeira, fresco, com bons aromas, ótimo para bebericar ou para acompanhar comida. Muito correto e barato.

Também provamos um Pinot Noir da safra 2012, retirado da barrica no mesmo dia para degustarmos no almoço. Tem aromas em boa intensidade, típicos, coloração viva e na boca ainda é jovem, mas demonstra grande potencial para chegar ao mercado como uma ótima opção de compra, já que tem bom preço e entrega um resultado muito bom. Estima-se que estará à venda nos próximos 1 ou 2 meses, a depender da evolução do vinho.

Lourdes Conci (ao centro), num brinde com o Carlos Arbazua, enólogo da Cave Geisse e André Peres Júnior, enólogo da Aurora.   

O almoço transcorreu num clima de simpatia e cordialidade que marcaram essa visita à Aurora, com os representantes das vinícolas da região, unidos pelo propósito de divulgar seus produtos, deixando eventuais divergências comerciais longe dali. Mas, vale aqui um agradecimento especial à Gerente de Marketing da Aurora, uma anfitriã que mais uma vez nos recebe com alegria, carinho e generosidade comoventes. Obrigado, Lourdes Conci.

Saúde a todos!

*** Viajamos ao Rio Grande do Sul a convite do IBRAVIN, para mais uma edição do Projeto Imagem.




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