Vinhos
Vertical na Casa Venturini: provamos seis safras de um dos melhores Chardonnay brasileiros
No dia 27/09 estivemos na Casa Venturini com uma tarefa muito gratificante: provar todas as safras do seu consagrado Chardonnay. Foi uma ótima oportunidade para conhecer a capacidade de guarda das safras mais antigas e as potencialidades das mais recentes. Esse, aliás, o maior objetivo de uma degustação vertical como essa.
O Chardonnay da vinícola já ganhou vários prêmios, sendo seguidamente escolhido para a Avaliação Nacional de Vinhos. Além disso, tem uma excelente relação custo x benefício, porque é vendido no Rio Grande do Sul a R$29. Infelizmente esse preço não é mantido quando chega aos demais estados brasileiros em razão da famigerada substituição tributária. Aqui em MG não se encontrará esse vinho abaixo dos R$ 38.
A degustação foi comandada pelo enólogo
Felipe Bebber, que nos recebeu com a simpatia de costume, respondeu perguntas e deu informações técnicas muito importantes.
Foram provadas seis safras, de 2007 a 2012, e delas tivemos as seguintes impressões:
2007 – uma grande surpresa. Vinho branco de 5 anos e em grande forma. Nariz doce, aromas com destaque frutado e para lembrança tostada. Boa complexidade em boca e boa acidez. Tem 13,2% de álcool.
2008 – vinho ainda em grande forma. Aromas inicialmente fechados, que podem evoluir com um tempo de aeração (talvez até no decanter). Passou mais tempo em madeira que os demais. Abriu-se para uma boa mescla de frutos brancos e especiarias. Álcool aparecendo de leve. Teor de 13%.
2009 – vinho que já foi comentado aqui no blog (relembre). O mais equilibrado e complexo dentre todas as safras. Açúcar, acidez, fruta e madeira formando um bom conjunto. Final longo. Tem 13,5% de álcool.
2010 – vinho proveniente de uma safra difícil, com muita chuva. Tanto que alcançou 12,2% de álcool, o menor teor dentre todas as safras. Mais discreto em praticamente todos os quesitos em relação a outras safras. Apresenta aromas característicos de outras safras, com menor complexidade. Mais pronto para beber que safras anteriores. Único vinho fino produzido pela vinícola em razão das dificuldades climáticas.
2011 – amarelo com reflexos dourados. Mais aromático que a safra anterior. Frutos maduros, marmelada e notas minerais. Em boca tem boa lembrança da madeira, amanteigado, sem ser enjoativo. Final persistente. Tem 12,6% de álcool.
2012 – nessa safra 25% do vinho passaram 60 dias em barricas de carvalho. Amarelo palha, mineral, abacaxi. Notas adocicadas, boa acidez. Final mediano. Ainda jovem. Palato com frutos tropicais e lembrança mineral. Tem 13,5% de álcool.
A safra 2012 demonstrou grande potencial, tanto que no sábado (dia 29) estava entre os 16 vinhos mais representativos da safra, apresentados na Avaliação Nacional de Vinhos, recebendo 89 pontos dos jurados e da comissão avaliadora e 90 pontos desse blogueiro.
No pátio da vinícola o grupo que participou dessa edição do Projeto Imagem
Foto: Gilmar Gomes Fotografia Digital
Para finalizar o Felipe abriu o
Reserva Tannat 2009, já comentado aqui no blog (relembre), que está entre as grandes compras de vinhos brasileiros na minha opinião (R$29), com boa capacidade para evoluir em garrafa pelos próximos anos.
Saúde a todos!
*** Viajamos ao Rio Grande do Sul a convite do IBRAVIN, para mais uma edição do Projeto Imagem.
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