Vinhos
Velharias (28)
31/12/2003, 2h15
The fact that I'll never fit in makes me want to die.
31/12, 4h56
Levantei-me em sobressalto, acordado por uma gaja de cabelo vermelho, um familiar, um crime, uma fuga, uma voz que me gritava dentro da cabeça: "Salpicos de fogo! São as lágrimas de Moloch! São as lágrimas de Moloch!"
31/12, 5h23
Desordem. Que palavra bela! Tratemo-la bem.
31/12, 5h25
E para lá de todas as aspirações, o vazio. E depois do vazio, vem a paz — uma festa de contornos sentidos. Uma não-busca; o que é talvez não necessite assim tanto de uma razão de ser.
31/12, 5h38
Deuses! Proto-essências que necessitam de um sentido para existir. Não se procuram, encontram-se. Nada fazem para se revelar; descobrem-se quando a necessidade de um sentido se vê por quaisquer outros meios insatisfeita; quando, para lá de todas as trivialidades, sobra aquele elemento comum a todas as coisas que todos sentimos de vez em quando, mas cujo nome pertence a uma língua há muito perdida. As manifestações de deus podem ter todo e qualquer nome: quando nada é verdadeiro, tudo é permitido. Ensinaram-nos a adorar ídolos, pastores de pedra que prendem ao invés de libertar, supostos todo-poderosos mais ou menos livres de corpo. Castraram-nos com a terrível objectividade da única realidade possível; tudo o resto foi condenado à irrelevância. Concepções, realidades, necessidades — escapes. Não matámos deus nenhum, por mais desnecessário que fosse. Só os homens vivem e morrem, e com eles os seus mundos.
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Espécie de: fragmento apócrifo — do livro de Génesis Deus, quando criou o Tempo, cortou-o, com uma lâmina muito afiada, — em duas metades. A uma das metades, chamou Passado; à outra, chamou Futuro. Depois, viu que à primeira metade se podia...
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Velharias (26)
Abril - Maio de 2003 Porquê escrever? — Porque as coisas mudam. Porque penso que estiquei ao máximo o fio da minha existência. Algo vai mudar brevemente, não sei se para melhor ou para pior, mas estas férias não merecem ser esquecidas. Quero...
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Velharias (10)
De 18/9/2005. Oh, o sentimento! Antes de tudo o mais, bebé, fomos a Salamanca, sim. Também é verdade que fotografaste nuvens ao acaso no regresso. E que dormiste uns bons 70Km de cabecinha encostada no meu ombro. E ambos gostámos muito. E o resto...
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Velharias (8)
Estava muito triste quando escrevi isto. Demasiado. Depois passou. Escatologia Poética do Atrofio (3) Uma questão menor Nada de pessoal Um acesso de furor — Ausência Falta Tudo se destrói; O círculo degenerou em espiral Faltam ideias...
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Velharias (4)
A este chamei Escatologia Poética do Atrofio (1). Não me perguntem porquê. Começa com uma citação que sempre levei com um grão de sal. Não imaginam quantas vezes ouvi papaguear que "não somos uma ilha", "nenhum de nós é uma ilha", "sozinhos...
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