Ravasqueira Flavours Petit Verdot 2008
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Ravasqueira Flavours Petit Verdot 2008


Não sei se será moda mas a proliferação de vinhos extreme Petit Verdot tem vindo a aumentar nos rótulos dos vinhos Alentejanos, só neste ano vi surgirem mais 3 exemplares querendo agora apenas destacar o Ravasqueira Flavours Petit Verdot 2008. Este novo vinho será produzido apenas em anos excepcionais, tendo fermentado em lagares de pisa automática e estagiado 16 meses em meias pipas novas de carvalho francês durante um ano, e posteriormente permaneceu em garrafa pelo período de nove meses. produção foi limitada a 2 654 garrafas.
Conheci esta casta à custa de um excelente vinho oriundo de Espanha, mais propriamente do Dominio de Valdepusa do Marquês de Grinon, em Toledo. O vinho da colheita 1999 era tão bom que na altura em respectiva revista surgiu com 19 valores... durante largos anos fui comprando esse Petit Verdot juntamente com os seus irmãos Cabernet Sauvignon e Syrah, todos eles são enormes referências e vinhos que se enobrecem com o tempo em garrafa, o Cabernet que aqui já coloquei assim o mostrou, o Syrah que costumo guardar para mim é talvez o melhor exemplar a ser feito em terras de Espanha. Dito isto e com a fasquia bem alta, vou dando por mim a provar Petit Verdot made in Portugal, o primeiro que tenho a dizer é que em alguns casos se perde a noção da casta e passamos a ter apenas um vinho em que se perde a cabeça e o valor sobe logo dos 20 e muitos euros para cima... cada um é livre de pedir o que bem entender pelos vinhos que comercializa, mas quando a qualidade não acompanha o preço pedido, penso que há aqui um problema a resolver... em último caso será o consumidor a julgar isso mesmo.

No nariz agradou, cativou o interesse de quem o cheirava, mostra-se novo e de aroma fresco com boa densidade e intensidade, ainda algo marcado pela barrica com tosta, canela, fumado, depois é a casta a trabalhar no toque verdasco com floral e fruta madurona com pingo de sumo e geleia, mostra uma boa evolução mas de momento ainda está um bocadinho encavalitado.

Na boca é bom na frescura, trinca-se a fruta opulenta mas com leve arredondamento da barrica, mistura-se com o toque de vegetal fresco, com a especiaria, pimenta verde... embora levemente seco no final do palato com final de boca de boa persistência.

Em tudo isto mostrou-se um belo vinho, talvez aqui neste caso não seja um daqueles Petit Verdot de caras, mostra-se algo encolhido e tapado pela gulodice da barrica que é pela boa combinação com a frescura apresentada que se torna mais atraente o que faz com que não nos fartemos nem sequer fique o copo por beber. É vinho para convívio, para se beber e gostar... para outros voos temos o Premium e o Romãs. O único senão é o preço, pois caso ronde os 20€ será um preço alto para a qualidade apresentada.  16 - 90 pts



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