Hoje em dia já se pode beber vinho branco sem ter de torcer o nariz, é uma realidade que os nossos brancos têm vindo a subir a qualidade nos últimos tempos, digamos que foi na colheita de 2005 que se fez luz, e ainda bem, é com enorme prazer que apresento em quatro provas distintas alguns dos melhores brancos de Portugal.
O primeiro de todos apenas pelo nome é quase objecto de culto para os admiradores, falo-vos do Redoma Reserva Branco da colheita 2005, o topo de gama dos brancos da casa Niepoort, este vinho sempre que sai para o mercado (apenas em anos de excepção) faz as delícias de quem o prova e é reconhecido pela crítica como o grande vinho branco de Portugal.
Com vinhas a uma altitude entre os 400 e os 800 metros, esta altitude fornece à vinha um crescimento mais fresco, (em particular durante a noite), e um amadurecer mais longo, no que toca a idade, têm todas mais de 60 anos, e três delas têm mesmo mais de 100 anos de idade, foram engarrafadas 10.000 garrafas, o preço acompanha tudo o resto ultrapassando com tranquilidade a fasquia dos 30€ por garrafa.
Redoma Reserva 2005
Castas: Rabigato, Codega, Donzelinho,Viosinho e Arinto - Estágio: 8 meses em barricas - 13% Vol.
Tonalidade amarelo dourado leve com reflexo esverdeado.
Nariz de boa intensidade, não é vinho que ataca directamente o nariz como de um furacão se tratasse, aqui logo de início se entende que temos um vinho elegante e muito harmonioso, com as notas de excelente fruta (citrinos, tropical e fruta de caroço) a marcarem presença em grande sintonia com as notas de madeira, a batonnage deu alguma sensação de untuosidade ao vinho, ligeira baunilha, manteiga, frutos torrados e ligeiro tostado fazem a ligação de todo o conjunto que evolui lentamente e espalhando requinte por todo o lado, ligeira sensação de floral em fundo com final mineral, a realçar a frescura em grande harmonia com as notas de madeira, nem a mais nem a menos.
Boca de entrada macia e equilibrada, acidez imaculada, ligeira sensação de untuosidade/cremosidade com alguma baunilha presente em conjunto com fruta, aqui tudo parece perfeito com a madeira mais uma vez muito bem integrada, final de boca mineral com persistência média/alta.
Se fosse possível definir este vinho com 3 palavras, seriam Elegância, Requinte e Finesse.
É um vinho de alta costura onde a nota final se torna um acessório que lhe assenta que nem uma luva, mas quando um vinho é de alto nível quem é que se importa com a nota...
18