Marcus James Cabernet 1991
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Marcus James Cabernet 1991



Esse é meu último post sobre os vinhos brasileiros que experimentei na viagem ao Vale dos Vinhedos no início do mês, a convite do Ibravin. A escolha tem um motivo simples: foi a maior surpresa da viagem e desconfio que para os demais blogueiros presentes também.

O vinho Marcus James é produzido pela Vinícola Aurora e tem uma história longa. Lembro-me na adolescência de ouvir que era o "primeiro vinho brasileiro a figurar em cartas na Europa e EUA". E, por conta dessa informação e de outros detalhes (como a falta de opções no mercado fechado para importações e o preço baixo), bebi muito MJ a partir da segunda metade da década de 90.

No último dia 4 de junho, depois de um dia longo de muitas degustações, chegamos ao Hotel Farina, onde estávamos hospedados, e fomos convidados para um brinde no restaurante que fica no subsolo. Brindamos e um dos presentes encontrou esse vinho, acho que foi o Arlindo Menoncin (O Morgano), do blog Enotrip, que também se encarregou do delicado serviço após a gentil oferta da proprietária do hotel.

O vinho estava em perfeitas condições, sem nenhuma turbidez, aromas ou sabores desagradáveis. A rolha, de boa qualidade, preservou muito bem o vinho. As cores na taça indicavam um vinho envelhecido: reflexos alaranjados, com transparência e muito brilho. Aromas evoluídos, frutos secos, chocolate. Em boca tinha mais acidez que muitos vinhos jovens do novo mundo, nenhum amargor e final mediano.

No rótulo consta apenas a indicação "Cabernet", mas era um Cabernet Franc, demonstrando que para o consumidor daquela época essa informação não era tão relevante. Cabernet era Cabernet. Ponto.

Um vinho da histórica safra 1991, que para alguns foi a melhor safra de todos os tempos na Serra Gaúcha. Mais uma prova da capacidade do vinho brasileiro de envelhecer bem.

Detalhe: os vinhos dessa linha custam hoje R$14 e são uma "linha democrática" da vinícola, ideal para quem está começando no mundo dos vinhos finos e não quer gastar muito.
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