Esporão Reserva Branco 2001
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Esporão Reserva Branco 2001


Hoje em dia muita gente pode questionar para que serve uma garrafeira, porque razão se guarda o vinho durante largos períodos de tempo ?
Com o fervilhar de marcas que o mercado global atravessa, é muito normal que para alguns o beber o maior número de novidades seja um objectivo, o ir a correr comprar um determinado vinho que a crítica colocou num pedestal, e num piscar de olhos esse mesmo vinho nem dois meses parou lá por casa. Diz um amigo meu que se podem estragar as garrafas e por isso mesmo não gosta de lhes dar descanso.
A verdade na maioria dos casos, é que viver num apartamento não dá grandes perspectivas de uma boa evolução a quem deseja guardar vinhos de elevado preço, durante muito tempo, e onde quase sempre a solução é comprar uma cave climatizada.
Ora com tudo isto, se para os tintos já é um problema, para os brancos então o melhor é nem falar... quem é que no seu perfeito juízo vai guardar vinho branco ? Xiii isso já deve estar tudo estragado....
Desta vez resolvi passear pelos brancos do Alentejo, fui até ao Esporão e resolvi abrir o último Moicano da sua estirpe, era a última deste ano e andava por lá meio perdida, pensava eu que já o tinha bebido faz algum tempo quando dei por ele repousando num recanto da garrafeira.

Esporão Reserva Branco 2001
Castas: Roupeiro, Arinto e Antão Vaz - Estágio: 6 meses carvalho americano - 14% Vol.

Tonalidade amarelo citrino com suave dourado presente.
Nariz a revelar um conjunto de boa intensidade, a fruta está presente aliada a uma boa dose de frescura que se faz notar, notas bem maduras com notas tropicais (ananás em calda, lichia) e citrinos com toranja. A envolver e bem, toda esta fruta, temos umas notas de barrica muito bem integradas, com suave amanteigado e toque de baunilha algo fugaz. A contrabalançar surge ligeiro vegetal com algum floral, no fundo domina um ligeiro petrolado que é resultado de uma evolução positiva deste branco. Final mineral e ligeiramente fumado.
Boca a apresentar uma estrutura bem delineada, corpo mediano, com acidez suficiente para dar frescura ao vinho, fruta bem madura com ligeiras notas de chá preto, pecando ligeiramente no final de boca que se mostra algo curto.

O que perde em exuberância ganhou em algum refinamento e ligeira complexidade, um vinho que mostra claramente que os vinhos brancos no Alentejo e mesmo em Portugal, desde que tenham qualidade, conseguem dar belas surpresas passados uns anos de esquecimento na garrafeira.
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