DOMAINE DE BEAURENARD Chateauneuf-du-Pape 2004
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DOMAINE DE BEAURENARD Chateauneuf-du-Pape 2004


O Domaine de Beaurenard (Châteauneuf-du-Pape), está na família há 7 gerações, uma acta notarial datada de 1695 menciona "Bois Renard", que com o tempo se tornou Beaurenard. Nos dias de hoje são os irmãos Coulon (Daniel e Frédéric) que estão encarregados de manter a tradição da casa, seguindo as pisadas dos seus pais (Paul e Régine) e dos seus antepassados. Controlam 32 ha de vinha em Châteauneuf-du-Pape e 25 ha in em Côtes du Rhône Villages Rasteau AOC, saindo destes últimos os vinhos Cotes-du-Rhone e Cotes-du-Rhone Villages Rasteau. A agricultura é levada de maneira sustentável, e as uvas são escolhidas e colhidas à mão. Um produtor do qual já tive a oportunidade de provar alguns vinhos recentemente, alguns deles em conversa com um dos irmãos Coulon, neste caso com Daniel, que em conversa bastante animada mostrou a paixão com que dá a conhecer os seus vinhos. Já no meu recanto decidi por abrir um Domaine de Beaurenard Chateauneuf-du-Pape 2004, cujo preço rondou os 34€ em Portugal e que se mostrou após a prova um pouco alto para a qualidade. Mas que culpa tem um vinho que é vendido bem mais barato lá fora, ver o seu preço ser aumentado cá dentro e sabe-se lá porque razão ? Obviamente que o consumidor que quer provar, que quer beber, tem de pagar e calar quando a oferta é pequena e neste caso única, mas não se pense que foi barrete... nada disso. Se bem que com mais uns trocos prefiro muito mais apostar num Boisrenard (o topo de gama da casa) pois a ligeira subida de preço é compensada por um considerável aumento da qualidade.

Domaine de Beaurenard Chateauneuf-du-Pape 2004
Castas: 70% Grenache, 10% Syrah, 10% Mourvèdre, and 10% Cinsault e outras - Estágio: 12 meses em barrica - 14,5% Vol.

Tonalidade ruby escuro de concentração média alta.

Nariz coeso, com boa complexidade a mostrar fruta negra bem fresca e limpa (cereja, amora e groselha) com ligeira nota de licor de groselha a dar uma sensação adocicada muito ténue, especiarias (pimenta), tabaco, leve floral acompanha a madeira que embala todo o conjunto, diga-se que a madeira nem faz por se notar, está mas não está. Equilíbrio e harmonia de conjunto, leve tosta com sensação de vegetal seco e boa mineralidade em fundo, num todo elegante, algo arredondado com misto entre a frescura da fruta e o toque mineral de fundo.

Boca bastante elegante e de corpo mediano, guloso no sentido em que apetece beber, com boa frescura a balancear a leve doçura da fruta, tudo com uma boa intensidade juntamente com um bom comprimento no palato, especiarias (pimenta), tosta da madeira, tabaco, novamente o toque de licor de groselha, fundo entre o mineral e o leve bálsamo vegetal. Mostra ao mesmo tempo uns taninos que lhe dão vigor e auguram boa estadia em garrafa, por agora já se bebe com bastante prazer, tem presença, harmonia, boa espacialidade e final de persistência média.

A mais valia num vinho destes é maneira como permite uma fácil abordagem, fácil de gostar e com o conveniente de que se pode guardar sem problemas que envelhece ou sabe manter a postura durante mais alguns bons anos. Muito virado para a mesa, gostei bastante da maneira como se comportou com um assado de borrego. A qualidade é bem patente, apesar de não ser daqueles vinhos que nos enchem a alma, é sim um bom exemplar, direi mesmo uma compra segura no que a Châteauneuf-du-Pape diz respeito. Obviamente que o preço de compra pode afastar muita gente, mas para quem procura uma entrada firme e sem grandes gastos por este caminho, o exemplo em prova serve perfeitamente. 16 - 90 pts



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