Vinhos
Château La Tour Blanche 2003
Em 1855 o Governo Imperial Francês pediu que os melhores vinhos expostos na Exposição Universal de Paris fossem sujeitos a uma classificação, o Bordeaux Syndicat des Courtiers classificou os vinhos com base em décadas de estatísticas comerciais, 26 chateaux de
Sauternes e Barsac foram classificados como de vindimas de primeira ou segunda classe, o
Chateau La Tour Blanche ficou classificado no top dos
Premiers Crus da Appellation de Sauternes.
O
Chateau La Tour Blanche nasceu no século XVIII, fica situado no coração da appellation de Sauternes, uma appellation com 2100 hectares que inclui as localidades de Barsac, Bommes, Fargues, Preignac e Sauternes. As três uvas tradicionais são Sémillon, Sauvignon e Muscadelle, sendo que no Chateau La Tour Blanche temos 83%
Sémillon, 12%
Sauvignon e 5%
Muscadelle.
Em prova a colheita de
2003, uma colheita considerada histórica, Verão quente permitiu uma excelente maturação da uva, com chuva a 6 e 7 de Setembro a permitir o aparecimento da podridão nobre de forma homogénea nas várias parcelas de vinha, dando origem à vindima a 15 de Setembro. Com uvas de excelente qualidade e alto nível de concentração vistos apenas 50 anos atrás, seria preciso voltar a 1929 ou mesmo a 1893 para poder comparar. Apresenta-se com 13,1% Vol. um açúcar residual de 178 g/l sendo produzidas 2,915 caixas com preço por unidade a rondar os ...
Estes são os vinhos que são reconhecidos por todos os enófilos a nível Mundial, são autênticos campeões de arena, esqueçam os "docinhos" que se vão fazendo em Portugal, aqui estamos diante daqueles que realmente interessam, inimitáveis e inesquecíveis. De todos os Sauternes Premiers Crus até hoje provados, este mora no topo seguido de muito perto pelo Rieussec.
É com um
aroma característico/clássico destes vinhos que somos brindados logo de inicio, a intensidade é muito boa, a botrytis faz-se notar muito bem num conjunto onde a pureza da fruta na forma de alperce maduro, citrino, tudo a mostrar-se de enorme qualidade, com frescura e ao mesmo tempo concentração, pelo meio ainda toque de mel, alguns frutos secos, passa branca e toque floral, complexidade luxuosa com leve sensação de untuosidade. O embrulho de tudo isto é notável, rico na complexidade com boa profundidade de aromas, conjunto que mostra vida e alegria durante todo o tempo que mora no copo. Cheirar é o que mais apetece fazer num vinho como este, simplesmente uma delícia que não cansa.
Na
boca, médio de corpo mas enorme de alma, entra com toque de casca de laranja, equilibrado e untuoso, é um grande vinho pleno de elegância e pureza, mousse de pêssego, frescura muito bem calibrada, pleno de finesse com a doçura em grande harmonia com a frescura da fruta, muito presente na boca todo ele se mostra participativo de inicio ao fim, é puro prazer no palato, aqui como no nariz mostra algumas notas de especiarias muito finas. Final longo e persistente, com toques de pêssego e novamente a botrytis a deixar-nos com um prolongado adeus.
Uau que vinho tão bom, é o que se costuma dizer quando se prova algo deste gabarito, o preço nem sequer chega a assustar, por 40/50€ consegue-se comprar uma garrafa de 0.75 de puro luxo no copo. A proporção de prazer que dá ao beber é igual à velocidade com que desaparece na garrafa... servido fresco, seja com entradas em que brilhará com foie gras, ou mesmo numa sobremesa nunca muito doce para não se sobrepor ao vinho, ligando bem com fruta, este é um Sauternes de excelência e um hino ao que deve ser um colheita tardia.
19 - 97 pts
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