Vinhos
Vinho rosé, a cor do verão
Já escutei várias pessoas dizendo que não gostam de vinhos rosés. Talvez seja pela falta de conhecimento de alguns consumidores ou mesmo pelo antigo estigma de que a bebida não revelava grandes vinhos, seja o motivo do rosé ter sido praticamente banido de nossas taças, e por anos ter ficado esquecido pelos enófilos brasileiros, salvo algumas exceções. Para esses conservadores que não têm boas lembranças deste moderno exemplar, é bom reverem seus conceitos.
Acredito que esse pensamento seja uma grande injustiça, mas felizmente ele vem caindo por terra. Os rosés são vinhos que se encaixam perfeitamente em nossas mesas e em nosso clima, podem ser consumidos durante o dia, acompanhados de frutos do mar e pratos de pouca estrutura ou simplesmente para condução de uma boa conversa depois de um dia de trabalho.
A elaboração do vinho rosé é simples, e pode ser feita de várias formas, da mistura de vinho branco e tinto como em alguns casos na Champagne ou de uma rápida maceração (contato do líquido com as cascas da uva) delicada como ocorre na Provence. Encontramos rosés delicados e equilibrados por toda a parte do mundo ou mesmo os novos estilos com vinhos mais concentrados, com uma cor mais profunda devido à maceração mais prolongada. Cada um desses vinhos tem seu estilo próprio com nuances e sabores fantásticos, devemos escolher o que mais nos agrada.
Sempre procuro orientar com coerência os meus clientes sobre o momento ideal de consumo de um vinho rose. O mercado de vinhos está mudando, os consumidores estão mais conscientes e exigentes. Para aqueles mais resistentes aos rosés, é preciso dedicar um tempinho à informação dedicada e precisa das características dessa bebida. O ideal é sempre degustar sem restrição e “pré-conceitos”, pois ao declararmos não apreciar determinados tipos de vinhos, deixamos de conhecer vinhos maravilhosos dos mais diferentes estilos.
Os vinhos rosés voltaram à tona há três anos. A bebida estourou na Europa, tendência que chegou aos quatro cantos do mundo com um grande consumo de vinhos desta categoria.
O Brasil não pode ficar de fora desta redescoberta dos vinhos rosés. A palavra é essa mesma: redescoberta. Não devemos dizer que é moda, porque moda passa e os rosés, além de vinhos excelentes e de qualidade, são adequados ao nosso clima, pois devido a sua flexibilidade pode ser servido à noite, durante o dia, em festas, etc.
Os estilos vão de mais elegantes, sutis com os feitos de maceração curta com pouca concentração de cor. A estes damos o nome de casca de cebola roxa, que tem um caráter muito particular e grande riqueza no paladar. Entre eles, os mais representativos são os vinhos da Provence ( França). Os mais concentrados com maceração mais longa e com maior concentração de fruta possuem uma cor mais acentuada lembrando um vinho tinto bem leve ou “clarete”, como dizem os Franceses.
Ambos os estilos têm situações e momentos ideais. Um bom exemplo é um rosé mais elegante menos macerado (cascas em contato com o liquido) que se harmonizam perfeitamente com canapés de salmão e suas ovas ou peixes delicados com molhos mais leves, sutis. Outra opção é escolher um rosé mais macerado e marcante acompanhado com salmão grelhado com molho à base de frutas vermelhas.
Devemos ficar antenados ao mercado, pesquisando sempre novas possibilidades e atentos à oportunistas que usam a tendência de mercado para encher nossas taças com vinhos ruins. Estes sim devem ser excluídos de nossa mesa.
Nestes três últimos anos os vinhos rosés ganharam muita força, presente nas cartas de vinhos de grandes restaurantes, e na mídia, ganhou tanto destaque que fomos brindados com a abertura do mercado para estes vinhos.
Vale uma dica: Não deguste vinho somente pela cor, deguste pela sua qualidade e tipicidade. Acredite, muitas surpresas estão por vir.
Um brinde a diversidade do mundo do vinho!
Minhas sugestões:
Rose Malbec Finca La Linda (Arg) R$ 34,10
Rose Crescendo Altas Quintas (Por) R$ 78,75
Rose Terra Amata Domaine Sorin (Fra) R$ 67,10
Rose Tempranillo Artero (Esp) R$ 34,20
Saúde e ate à próxima.
Nelton Fagundes-sommelier
[email protected]
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