Vinhos
Velharias (6)
Segunda-Feira, 22 de Agosto de 2005. Ardeu toda a noite. Fugimos. De automóvel, andámos a circundar o incêndio. Toda a noite. As cinzas chegaram a junto do rio. Os cães como que pressentiam a desgraça. A excitação e o medo.
Foi uma das noites mais bonitas da minha vida. O facto é que adoro ver coisas arder...
A Lua e as Fogueiras
*Naquela noite, mesmo que Nora se deixasse derrubar sobre a erva, não me seria bastante. Os sapos não deixariam de coaxar, nem os automóveis de acelerar na descida, nem a América de acabar naquela estrada, com aquelas cidades iluminadas junto à costa. Compreendi, na obscuridade, por entre aquele aroma de jardins e pinheiros, que aquelas estrelas não eram as minhas, que, como Nora e os fregueses, me causavam medo. — Pavese, 1950.
Fumo e fogo, aqui tão perto. Tão dentro da cidade, do lado de cá da circular, parece impossível. Ouvem-se sirenes, tantas tantas.Vizinhos a discutir...Saímos. Ainda volto para fechar umas persianas. Mais vizinhos, consternados. Uma rapariga tenta conter as lágrimas no elevador. Duas e meia ou três da manhã... Vento. Pessoas que fogem. Lá bem no fundo, ninguém deve acreditar que estes monstros de betão possam arder, mas o pânico é contagioso e, de mim para mim, Só para mim, Tantas luzes, sirenes, fumo negro, cheiro a fogueiras de mato e pinho,Tanta gente que por um momento se esqueceu de ser mesquinha, Tanto fumo tanto pânico (Tanto medo?) Sabe-me bem. E não devia confessá-lo, mas... Como é que uma coisa destas foi acontecer AQUI? Ao cimo da avenida, do outro lado da rua, depois da rotunda aérea, lá no inferno, ardem pessoas e pertences de pessoas e animais e plantas e sonhos e aqui tão perto cheira bem.Depois fomos embora. Volvidas umas horas, nada. Tudo acabado. Nem o mais leve resquício de fumo dentro de casa. (Ciscos, cinzas, um raminho de pinheiro, carbonizado, que conservou a sua forma original.)Comentava a Sara que as fotos dos fogos, ao longe, faziam lembrar um jovem planeta, ambiente em fase primordial... Rios de lava cortando colinas negras, pedras fundidas, géiseres luminescentes. Quer queira quer não, um tipo acaba a lembrar-se do Sá-Carneiro.... . . . . . . . . . . Castelos desmantelados, Leões alados sem juba... . . . . . . . . . . .
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Velharias (40)
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Velharias (26)
Abril - Maio de 2003 Porquê escrever? — Porque as coisas mudam. Porque penso que estiquei ao máximo o fio da minha existência. Algo vai mudar brevemente, não sei se para melhor ou para pior, mas estas férias não merecem ser esquecidas. Quero...
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Poesia? De Inverno
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Condessa De Santar '2006
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Velharias (7)
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