Quinta da Leda 2007
Vinhos

Quinta da Leda 2007



Distante deste infernal teclado vou derrubando algumas garrafas, rebuscando na memória aqueles bons momentos que passaram e onde por vezes gostaria de voltar a estar, locais que já não há com gente que já não está, o vinho dá para isto e para tanta coisa, também dá para parar, pensar... sonhar. 


Um desses vinhos do qual gosto muito é o Quinta da Leda (Casa Ferreirinha), vinho que nasce no berço dourado do Barca Velha, a Quinta da Leda, feito com um lote de castas tradicionais do Douro,  Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz. No Leda sempre lhe encontrei mais pujança e maturação que nos irmãos mais velhos, clássicos abastados (Reserva Especial e Barca Velha), mostrando-se nesta ordem mais vinho que o seu primo Callabriga. O Quinta da Leda  nasceu lá para o ano de 1995, recordo nos meus inícios de enofilia os seus belíssimos lançamentos versão Touriga Nacional, pejados de pujança e estrutura, cheirosos e raçudos que nos dias de hoje e em condições deslumbram uma mesa. Tive o prazer de acompanhar o crescimento desta marca com alguma atenção e insistência nas suas provas, terei falhado eventualmente algumas colheitas, mas recordo com alegria o 1999, 2001 e mais para a frente o 2003. Entretanto a mudança de rótulo e garrafa afastou-me do vinho, quase por birra enófila de ver desconstruir algo de que se gosta... voltei a ele na colheita 2007, dos que já bebi até hoje não andará muito longe de ser o que mais me preencheu as medidas, encontrei no 2007 um Leda adulto, raçudo, com força e sabedoria no trato, um vinho muito bonito cheio de frescura, fruta, estrutura e todo ele muito Douro para estar e durar... sim este é dos que duram.

Perfil a que gosto de chamar clássico moderno do Douro, mostrou-se em excelente fase da sua longa vida com vigor e boa dose de esteva e as ervas de cheiro do campo, as ditas cujas violetas da Touriga logo de inicio, fumo, vai crescendo com tempo no copo, muito  bom na sua complexidade e compostura, notável densidade de aromas quase que por camadas de boa espessura. Fruta escura em modo bagas e pomar com cereja, ameixa, bem fresca e sumarenta, compota ligeira, bálsamo pelo meio a dar lugar a especiaria, chá preto, tabaco em segundo plano. Boca ainda com ligeira secura dada por taninos presentes mas sociáveis, aquela austeridade que lhe assenta bem e lhe permite ter garra para acompanhar pratos mais elaborados, todo ele a começar a mostrar e bem grande elegância de conjunto e mesmo harmonia com a prova de nariz, bom preenchimento do palato com bom volume e frescura, profundidade assinalável com a fruta madura e fresca a fazer-se sentir, vegetal, especiaria e final de boca com persistência média/alta. O preço longe de ser escandaloso rondará quase sempre a casa dos 30€... a meu ver bem merecido para o vinho que é e continuará a ser durante uns bons anos. 94 pts



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