Podemos ler no site do produtor que a produção de vinhos é uma tradição familiar para Domingos Alves de Sousa: o seu pai (Edmundo Alves de Sousa) e avô Domingos Alves tinham já sido vitivinicultores do Douro. Mas Domingos Alves de Sousa (na foto com o seu filho e enólogo Tiago Alves de Sousa) abraçou a princípio um outra carreira. Tendo-se licenciado em Engenharia Civil, não resistiu porém ao duplo apelo (da terra e do sangue), e abandonou a sua actividade em 1987 para se dedicar em exclusivo à exploração das quintas que lhe couberam em herança e a outras que posteriormente adquiriu, nas quais tem vindo a executar um trabalho modelar de emparcelamento e de reestruturação das vinhas.
Claro que esta mudança radical de atitude exigia mais do que simples boa vontade e desejo de vencer: exigia formação técnica e profissional. Frequentou assim cursos de viticultura e enologia e, munido desse lastro, lançou mãos à obra na reestruturação das suas vinhas e, decidido a trilhar o seu próprio caminho de produtor-engarrafador, construiu na sua Quinta da Gaivosa a adega onde daí em diante vinificaria a produção das restantes Quintas.
As vinhas ocupam, no seu conjunto, uma área aproximada de 110 ha, distribuídos por 5 Quintas: Gaivosa, Vale da Raposa, Caldas, Estação e Aveleira. A diversidade ecológica (em termos de microclima, solo e altitude), o terroir , as especificidades de cada Quinta permitem obter vinhos de grande carácter e qualidade muito própria.
Efectuadas algumas experiências com diversas castas, seleccionou as que se revelaram mais aptas a produzir os melhores vinhos de Denominação de Origem Douro, e com elas produziu e lançou no mercado, em meados de 1992, aquele que seria o seu primeiro vinho: o Quinta do Vale da Raposa branco 1991, que desde logo cativou os apreciadores e mereceu as melhores referências. Era o início de um percurso recheado de sucessos que se arrastou até aos dias de hoje, e de que amanhã com certeza ainda iremos ouvir falar.
Tenho o prazer e a honra de ter em prova, a primeira colheita do vinho mais emblemático deste produtor, o Quinta da Gaivosa de 1992.
Quinta da Gaivosa 1992Castas: típicas do Douro - Estágio: barricas de carvalho novo durante período mínimo de 4 meses - 12,5% Vol.
Tonalidade granada escuro de concentração média/baixa com rebordo a denotar a cor tijolo.
Nariz bastante dócil e prazenteiro, a denotar uma boa concentração de terciários (folha de tabaco seco, cacau em pó, especiarias e algum couro), bouquet com complexidade fina mas muito refinada. Nota-se a fruta (cereja) presente madura, passificada até determinado ponto, a complementar com ligeiro vegetal seco (esteva). Junta-se a tudo isto a sensação das madeiras por onde passou, com toque de móvel antigo no seu encerado/envernizado. Acaba com lembrança terrosa e boa dose de frescura.
Boca fino e muito elegante, na sua delicadeza encerra todas as maravilhas que a idade lhe soube transmitir. Passagem de boca com uma acidez ainda presente a proporcionar uma frescura mais que suficiente para nos guiar durante toda a prova. Não é muito expansivo, a fruta vê-se acompanhada de especiarias com ligeira esteva. Por vezes sente-se algum couro com travo cacau e fumo muito suave. Com 16 anos é a elegância e a harmonia que comandam toda a prova, nada sai do seu sítio, tudo mais que educado, um vinho que é um prazer de início ao fim, com boa evolução e aguentando tempo sem fim dentro do copo. Despede-se de nós com saudade, com final de persistência média.
Este vinho é uma lição de prova, um vinho que foi provado ao lado da mais recente colheita no mercado (2003), e possibilitou entre tantas outras coisas, reparar que a graduação já não é o que era, 12,5% Vol. com que se apresentou, que não é necessário as graduações que hoje encontramos nos vinhos. A evolução de estilo, e o refinamento que se vem sentindo neste vinho (marca) é notável, e é bastante interessante tentar entender como foi e como é o Quinta da Gaivosa, um dos grandes do Douro. Das 7850 garrafas produzidas, coube a esta o nº2583.
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