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Quinta do Francês (T) 2007

O enófilo mais atento já estaria à espera que o que se segue viesse, mais tarde ou mais cedo, a acontecer: a erupção de um belo tinto argarvio. Na verdade, o Algarve, apesar da longa ausência na produção de vinhos de categoria cimeira, não tem estado propriamente alheio à modernização vitivinícola, e são vários os sinais: (i) em primeiro lugar, cada vez existem mais vinhos feitos de forma séria e com o auxílio de enólogos competentes, (ii) depois, existem já duas ou três casas produtoras que, mesmo em tempos de crise, não têm tido qualquer problema com o escoamento dos seus vinhos (esgotam com frequência sobretudo os brancos e os rosés), (iii) por fim, a construção recente de um par de adegas modernas e vistosas capazes de atrair muitos visitantes (essencialmente turistas veraneantes, mas visitantes são visitantes), tantos já que fazem (ou deveriam fazer) inveja a outras regiões ditas com mais notoriedade.

Pois bem, a nosso ver, só faltava mesmo esta novidade para confirmar o renascimento da região, a da produção de um belo tinto algarvio - é certo que já existiam outros interessantes na região, mas este está, decididamente, um furo acima. É certo também que este tinto da colheita de 2007 não nos faz recordar a região mais solarenga do país (em prova cega, está entre o Douro e Alto Alentejo), até porque tem frescura, alguma acidez, e muita - mas mesmo muita - garra. Mas, talvez a qualidade que mais apreciámos neste tinto seja outra ainda - a notável simultaneidade entre o estilo novo-mundista que adoptou e algumas "não concessões" que pratica com os seus taninos sérios e ausência de sobre-maturação.

A partir das castas Trincadeira, Aragonês, Cabernet Sauvignon e Syrah, plantadas em encostas xistosas do Rio Odelouca (Silves), e com 20 meses em barricas de carvalho francês, apresenta-se com uns equilibrados 14% (hoje em dia 14% é uma cifra razoável, comparado com o que se pratica um pouco por todo o país). No copo apresenta-se encarnado muito escuro, quase ruby, com transparência ligeira.
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Nariz com estilo guloso mas sem revelar fruta excessiva, aqui e ali ligeiramente austero e fechado (como gostamos) quase rústico, a madeira ampara mas não está, felizmente, exuberante. A prova de boca confirma os melhores auspícios, larga/ampla, taninos saborosos e impecáveis no desenho com tanto de garra como de cetim. Final médio, mas em construção, poderá melhorar.

A cerca de €18 a garrafa, está um conjunto muito afinado, tudo óptimas indicações para o que o futuro pode reservar, enfim um nome a não esquecer este da Quinta do Francês. E sim, o produtor é francês (!), Patrick Agostini de seu nome.

16,5-17


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