PROVA José de Sousa Rosado Fernandes Tinto Velho 1961
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PROVA José de Sousa Rosado Fernandes Tinto Velho 1961


É engraçado ouvir falar durante a nossa juventude de certos vinhos, principalmente nas reuniões de família ouvir os mais velhos contar que bebiam este ou aquele vinho, lembro-me de ainda nem saber o que era vinho e já ouvia o meu tio-avô falar no Barca Velha, Palácio da Brejoeira e nos José de Sousa Tinto Velho, que depois da morte do senhor eram conhecidos como os Viúva José de Sousa, e que seria na altura a resposta do Alentejo ao duriense Barca Velha.
Gostava de ficar sentado à mesa a ouvir todas aquelas histórias, «os melhores» era como o meu tio lhes chamava, e eu olhava para ele e perguntava se o vinho não era todo igual ? ao que ele me dizia, um dia quando fores grande e os provares, entendes o que eu queria dizer.
Hoje foi um desses dias, um dia em que confirmo o que me foi dito pelo meu tio, e entendo muito melhor a associação da palavra mito a um determinado vinho.
Em prova esteve um José de Sousa Rosado Fernandes Tinto Velho 1961, da zona de Reguengos de Monsaraz, esta casa foi adquirida pela JMF em 1986, surgindo então um José de Sousa Tinto Velho (já extinto) e mais tarde o José de Sousa Tinto e o José de Sousa Garrafeira (numa tentativa de reproduzier o mítico Tinto Velho 1940) que é conhecido nos dias de hoje como José de Sousa Mayor.

José de Sousa Rosado Fernandes Tinto Velho 1961
Castas: Trincadeira, Aragonez, Bastardo, Grand Noir... - Estágio: não indicado - 13,5% Vol.

Tonalidade granada escuro de média intensidade com rebordo alaranjado.
Nariz literalmente surpreendente para um vinho com 45 anos, a fruta muito madura está presente ainda com alguma frescura, aromas compotados, fruta passa, aromas terciários de grande nível e em grande forma, não se podiam esperar grandes exuberâncias, pelo contrário, temos um vinho que ganha pela finesse, tem bouquet muito requintado, notas de charuto, tabaco, cacau, especiarias, madeira velha (o cheiro dos móveis antigos), frutos secos, nota de licor presente, o vinho mostra ainda um tom quente compensado por uma frescura inesperada para a idade.
Boca com estrutura muito afinada, delicado e equilibrado, acidez a dar uma frescura e consequente vivacidade ao vinho, a harmonia entre nariz e boca está muito bem, algumas notas de cacau, especiarias, taninos mais que domesticados, com final de boca de boa persistência.

É um dos lendários vinhos do Alentejo, os seus feitos heróicos ainda hoje são conhecidos e dão que falar, hoje mostrou ter ganho algo que só alguns conseguem, a batalha contra o tempo.
São 45 anos num vinho que parece não os ter, pela vivacidade e harmonia de conjunto que apresentou, pela qualidade do conjunto de aromas, por tudo isto e muito mais... é um hino aos vinhos do Alentejo e de Portugal.
Quem disse que os vinhos do Alentejo não sabem envelhecer ?
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