LA BOTA DE AMONTILLADO VIEJÍSIMO (nº5) NPI
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LA BOTA DE AMONTILLADO VIEJÍSIMO (nº5) NPI


Na vida de enófilo há momentos únicos e que desejamos um dia poder repetir. Este é mais um desses casos, passados tantos anos do seu lançamento e da primeira vez que o bebi, eis que me volta a cair no copo. Como breve nota introdutória este é o vinho mais antigo da casa Sánchez Ayala, está dentro de uma velhíssima bota (barril) rotulada com as letras ''NPI''. Quando o penúltimo capataz da adega, reformado no início do séc. XXI, ali chegou nos anos 60 do passado século, já morava no seu interior um amontillado muito velho. Desde essa altura, praticamente ficou intacto, de facto a primeira saca que merece tal nome é a que a Equipa Navazos realizou em Janeiro de 2007, duzentas meias garrafas, quantidade equivalente a 15% do conteúdo da bota. O volume que se tirou foi reposto com outro amontillado muito velho a fim de assegurar a continuidade deste fantástico vinho, cuja idade média é difícil de estabelecer, devendo rondar os 100 anos. A sigla ''NPI'' não deixa de ser curiosa, a explicação dada por um dos históricos donos da adega é que na altura de estabelecer uma idade para o referido vinho, disse: Ni Puñetera Idea.

E é nesta onda de mistério, tradição e exclusividade tão intimamente ligadas a Jerez, que este Amontillado literalmente nos esmaga com aquilo que mostra em prova.Um vinho que não é de fácil abordagem, precisa de tempo e dedicação, precisa que haja vontade de se querer entender o que nos tem para dizer, intrigante, fascinante e de uma complexidade enorme, um autêntico vinho de compêndio onde nada parece falhar ou ficar esquecido. De inicio há que dar tempo para as lacas e verniz saltarem borda fora, cesta de frutos secos com toque de iodo, toque muito salino a fazer lembrar a maresia, barrica velha, fruta cristalizada (laranja), cardamomo, anis estrelado... Na prova de boca é arrebatador, desafiante para o palato com inicio a mostrar aquele toque de fruto seco, ao mesmo tempo salgado num todo embrulhado pela untuosidade (nougat) adquirida ao longo das décadas de estágio, arredonda nos cantos com imposição total no palato, marcante, caramelo torrado, com uma frescura que lhe corre pela alma. Direi mesmo que não tem fim. São vinhos como este que me fazem sonhar,  tudo fica parado à minha volta, silêncio, apenas eu e o copo. 100 pts



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