Vinhos
Alumbro Godello 2009
Tudo começou como começa quase sempre, toca o telefone e do outro lado um amigo diz que esteve em Zamora e arranjou um vinho tremendo, tenho aqui uma garrafa para provares. Não durou muito tempo que o tivesse nas minhas mãos e a ser vertido no copo. Um completo desconhecido que me piscou o olho com aquele dourado brilhante de laivos esverdeados, enquanto isto lá para os lados de Zamora está o local onde foi produzido, a MICROBODEGA RODRÍGUEZ MORÁN, micro porque neste caso se limita a uma garagem no mais puro sentido da palavra, onde o parque de barricas não passa das 4 unidades.
A história deste vinho começa com a história de um projecto unido pela paixão de um casal ( María Isabel Rodríguez e Juan José Moreno) em fazer bom vinho de forma ecológica. Pegaram em 3 ha de vinhedo (Tempranillo, Godello, Palomino) com idades compreendidas entre os 10 e os 100 anos) em Villamor de los Escuderos e deitaram mãos à obra. O sucesso foi imediato, a maneira artesanal como os vinhos são ali produzidos, as transfegas são feitas com base no ciclo lunar, o vinho branco é estabilizado de forma natural ao relento, tudo muito simples e sempre com atenção para a qualidade final, leveduras indígenas e todo um rol de preocupações "caseiras" que afastam este puro Vigneron de grandes centrais de produção vinícola.
Em prova o seu primeiro lançamento, um Godello 90% com uma pitada de 10% de Palomino, mas cujo nome não pode conter Godello por questões burrocráticas... sendo assim passou apenas a chamar-se Alumbro blanco 2009 e esgotou em menos do que o diabo esfrega um olho.
O resultado final não é aquilo que se pode chamar um vinho fácil, não é e fica muito longe de o ser, é todo ele um vinho que precisa de tempo, de carinho e de saber ser compreendido. Para aqueles que esperam vinho pejado de aromas este não é o exemplo, para aqueles que procuram banhos de baunilha e manteiga este também não é o exemplo... mas então que vinho é este ? Acima de tudo é um vinho que transpira terroir, enorme energia positiva, foge ao que é feito em série e aos milhares e milhares de garrafas... bem visto as coisas é um vinho com Identidade muito própria.
É bom dar de caras com um branco que confunde e dá que pensar, em que aquele toque oxidativo dado pela Palomino confunde a malta, ai e tal não gosto já está a ficar passado... ou então o vinho não tem muito cheiro, ele ter até tem mas lá está, é preciso tempo e calma. É complicado, fechado e cheio de nervo, muito sólido e mineral, com fruta amarela e o seu floral... aqui comedido, sem espalhafato. Na boca é o palomino que se mostra logo em primeiro plano, massa-pão com leve amendoado, arredonda e enrola na língua para prolongar-se em final pleno de frescura e mineralidade. A secura que recorda um osso seco e que pede comida por perto, venha uma travessa de Ameijoas à Bulhão Pato. Dos brancos que mais me divertiu nos últimos tempos, continua em belíssima forma... agora vou esperar para provar o 2011 que entretanto chegou ainda por filtrar e estou em pulgas para o verter no copo. 91 pts
loading...
-
Gonzalez Byass Pedro Ximénez Muy Viejo
A Gonzales Byass foi fundada em Jerez no ano de 1835 por Manuel Maria Gonzalez quando tinha apenas 23 anos de idade. Uns anos depois entra na empresa um novo sócio então distribuidor no Reino Unido de seu nome Robert Blake Byass. O tempo passou e hoje...
-
Esporão Private Selection Branco 2009
A Herdade do Esporão (Alentejo) celebrou recentemente os seus 40 anos, desde sempre teve por costume convidar um artista para lhe "decorar" os rótulos, terá sido pois o primeiro vinho a nascer em Portugal onde a Arte e o Vinho andam de mãos dadas....
-
El Nogal 2005
Como em quase tudo na vida, também o vinho é capaz de despoletar as mais variadas emoções, nada melhor do que ter um grande vinho num copo e quando o cheiramos pela primeira vez largar um sorriso. São estes vinhos que colocam um sorriso no rosto...
-
Dona Berta Grande Escolha 2007
O tempo começa a pedir vinho tinto com um pouco mais de seriedade, aquele tipo de vinho com mais corpo e um pouco mais envolvente, que no Verão não apetece parar para pensar no que temos no copo nem o calor dá azo a que tal aconteça, mas direi...
-
Adega De Penalva — Touriga Nacional '2008
Nem sempre foi assim, mas agora acredito que quanto mais específica a nota de prova, menos útil. Por honesta que seja a intenção, a volatilidade da experiência sensorial e a barreira da linguagem não perdoam. Tanto o vinho como quem o bebe mudam...
Vinhos