Um desses produtores tem sido a Quinta de La Rosa. Com uma gama interessante e relativamente abrangente (na colheita de 2005 foram mesmo engarrafados dois tintos de duas vinhas específicas), os vinhos desta quinta têm vindo a presentear-nos sempre com qualidade. A actual chefia de enologia de Jorge Moreira ("Poeira", "J", "Sirga") garante, certamente, futuro e sucesso assegurados.
Contudo, apesar desta regularidade, a verdade é que nunca antes deste 2004 tínhamos gostado tanto de um reserva da Quinta de La Rosa (adorámos o estreme tinto cão, mas esse não conta…). Nem mesmo o da recente colheita de 2005, o qual poderá, todavia, vir a melhorar em garrafa (parece-nos bastante mais "duro", a necessitar de polimento).
Este tinto de 2004 está pleno de elegância. Arriscando em tom de comparação – por vezes, já se sabe, infelizes e injustas –, diríamos que, no estilo e na concepção, está mais próximo deste do que daquele, mesmo tendo em consideração a diferença do ano. O nariz está complexo, de carácter não imediatista, com fruta madura e ligeiro floral. A madeira não está, felizmente, muito evidente (o que até se poderá estranhar para um vinho de 2004 com tanto tempo de estágio em carvalho...). Alguns dirão mesmo que lhe faltará a panóplia balsâmica que outros vinhos apresentam, mas isso não parece, a nosso ver, ser um defeito, antes um feitio.
Tem uma entrada de boca suave e muito acetinada, com fruta bem conseguida – delicada e doce q.b. – e taninos finos e saborosos. Final conseguido, trabalhado, de cariz aprimorado mas ainda longe de ser persistente (a melhorar, muito provavelmente, com algum tempo em cave).
A menos de € 27, como se vê pela nossa descrição, é um vinho difícil de resistir.
17,5
Próximos vinhos: Quinta do Perú (T) 2004, Vale do Ancho Reserva (T) 2004; Herdade das Servas TN (T) 2004; Quinta da Fata (vários); Encosta do Sobral (vários).