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Tintos da Encosta do Sobral


Situados bem a norte do Ribatejo, muito perto já de Tomar, encontram-se 70 hectares de vinha com a intensa exposição solar que a região proporciona. Acrescem solos xistosos, daqueles com capacidade de reflexão, e a opção do produtor por baixas produções. Na teoria, estas caracteristicas proporcionariam tintos com concentração e de perfil cheio. Na teoria e, bem assim, na prática, pois os tintos do projecto Encosta do Sobral são isso mesmo, e algo mais: são vinhos encorpados, com fruta madura e significativa complexidade. A gama é composta por cinco vinhos, um branco e quatro tintos. Nestes, começa-se pelo "Cabeço da Pedra" que na versão 2005 está um tinto interessante, jovem e gratificante de se beber, enfim um bom vinho a preço muito moderado. Depois, surgem os vinhos com o nome do projecto, dos quais provámos o Encosta do Sobral (T) 2004, o Encosta do Sobral Reserva Cabernet (T) 2004 e o Encosta do Sobral Reserva (T) 2004. Todos são uma autêntica revelação dado o pouco conhecimento geral sobre a subregião de Tomar e todos agradarão a todos, mesmo aos exigentes. Vejamos:

Encosta do Sobral (T) 2004: Cor de intensidade e vivacidade mediana de tons encarnados. Aroma muito directo, com boa empatia no primeiro encontro, tudo assente nas referências a fruto maduro. Na boca, de linhagem moderna, é vivo e elegante com sugestões da madeira onde estagiou. Taninos finos, final guloso, aqui está um tinto a ter em conta e para beber ainda nos próximos dois anos. O mais difícil é perceber se ficará melhor à mesa ou sozinho, mas esse é o preço do polivalência. Por falar em preço, a menos de € 7,5, parece-nos ajuizado. 15,5.

Encosta do Sobral Reserva Cabernet (T) 2004: Este é um cabernet que nos tem proporcionado muito prazer nos últimos tempos. Sobretudo a solo, mas também a acompanhar carnes vermelhas grelhadas. Significativamente mais escuro que o irmão colheita, ainda que não opaco, começa por revelar algum excesso na sensação de frescura no nariz - isto é, álcool e alguma juventude! Mas cedo se percebe que não se fica por aí, posto que rapidamente desperta uma combinação feliz de fruto preto e vegetal muito intenso. É como se um diálogo entre fruta e flores se tratasse, se isso for possível... Na boca é verdadeiramente acetinado, o álcool a isso ajuda e tudo se encontra domado. Pesado, forte, mas longe de ser austero é, ao contrário, sedutor, tudo num estilo cabernet muito "Mondavi". Por cerca de € 16, é um grande cabernet nacional de linha moderna. 17.

Encosta do Sobral Reserva (T) 2004: Outro belo vinho, com os mimos de produção do vinho anterior, ou seja com curtimenta prolongada, longa maceração, dois períodos de sete meses em barrica. De resto porém, sendo um vinho de lote, mais a mais de touriga nacional e touriga franca, apresenta-se naturalmente mais floral e, curiosamente, com um estilo mais acessivo que o monocasta cabernet. Neste reserva, o perfil de maturação continua elevado, mas a elegância e a ligação gastronómica parecem ser a aposta da casa. Para além disso, mostra um final muito bem conseguido, longo e distinto, com ligeiras notas de menta a contribuirem para uma sensação de exotismo. Falta-lhe apenas alguma complexidade e os taninos apresentam-se frágeis para a guarda em garrafa. Para a mesa, sem dúvida! Por cerca de € 18? Sem dúvida! 16-16,5.
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